Prejuízo recorde provoca saída do presidente da Tepco

A companhia elétrica japonesa Tepco, operadora da central nuclear de Fukushima, anunciou nesta sexta-feira um prejuízo recorde de cerca de 15,7 bilhões de dólares no ano fiscal encerrado em março. Em conseqüência, o presidente da empresa deixará o cargo em junho. A perda foi provocada pela crise nuclear iniciada após o terremoto seguido de tsunami do último dia 11 de março.

Presidente da Tepco, Masataka Shimizu, durante a coletiva nesta sexta-feira, em Tóquio. Reuters

Este foi maior prejuízo líquido já registrado na história de uma companhia japonesa não-financeira. Antes do acidente na central nuclear de Fukushima Daiichi, a operado esperava fechar o período com um lucro de 1,5 bilhão de dólares. No ano passado, a Tepco tinha registrado um benefício de mais de 1,6 bilhão de dólares.

Durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta em Tóquio, a operadora também anunciou que o atual presidente, Masataka Shimizu, vai pedir demissão e deixará o cargo, durante assembleia de acionistas da Tepco. Ele será substituído por Toshio Nishizawa.

A empresa não faz nenhuma previsão para o atual ano fiscal por causa das dificuldades em avaliar o custo das indenizações financeiras que deverá pagar às vitimas do acidente. Analistas avaliam entre 25 e 130 bilhões de dólares o volume dessas indenizações. Para levantar os fundos necessários, a Tepco, que perdeu 80% de seu valor após o acidente, colocará a venda mais de 7 bilhões de ações.

O custo até agora para resfriar os reatores da usina de Fukushima e evitar a expansão das emissões radioativas foi contabilizado em cerca de 5,2 bilhões de dólares. A Tepco confirmou ainda que decidiu desmantelar os quatro reatores que seguiam operando na usina.