G20 prioriza regulação de preços das matérias-primas

O ano de 2010 bateu o recorde de alta dos preços das matérias primas. Para a presidência francesa do grupo G20, dos países mais ricos e dos emergentes, regular os mercados financeiros de commodities agrícolas virou uma prioridade.

As altas de preços foram registradas nas vendas de algodão, açúcar, trigo, milho, soja, arroz e borracha. Reuters

Segundo os membros do grupo, além dos preços das commodities terem disparado neste ano, o grande temor é a volatilidade excessiva do mercado. Segundo o jornal francês econômico Les Echos desta quinta-feira, as maiores altas de preços foram registradas nas vendas de algodão, açúcar, trigo, café, milho, soja, arroz e borracha. Muitos valores dobraram desde o início do ano e alguns chegaram a aumentar 70% este mês em comparação a janeiro, como é o caso do trigo.

O aumento é provocado, entre outros fatores, pelo fenômeno climático chamado La Niña, que faz oscilar a temperatura do Oceano Pacífico, provocando períodos de seca aguda na Ámerica do Sul e chuvas torrenciais no sul da Ásia e na Austrália, o que arrasa as plantações. Na Rússia, por exemplo, um dos maiores produtores de cereal, a seca deste verão fez diminuir em 30% a oferta do produto.

Outro problema é o apetite asiático, com a forte alta da demanda na China. Em seguida vem a preocupação excessiva dos operadores. Temendo a falta de matérias-primas no mercado internacional e a continuidade da escalada dos preços, eles se apressaram em dezembro para comprar mais do que o previsto. A lição tirada pelo pesquisador francês Emmanuel Jayet em 2010 é que o pior aconteceu. E 2011 não será melhor, já que os preços das commodities devem continuar a subir.