Mercado reage mal à reforma de Wall Street
O Senado americano aprovou, na quinta-feira, a maior reforma financeira dos últimos 80 anos. A intenção do presidente Barack Obama é colocar em prática uma lei que regulamente os mercados e proteja os consumidores contra uma nova crise.
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Foi feito muito lobby para que a reforma financeira não fosse aprovada nos Estados Unidos. Wall Street investiu milhões em publicidade para tentar impedir que uma nova regulação entrasse em vigor. Mas o próprio presidente Barack Obama destacou que as tentativas de Wall Street fracassaram.
Em Wall Street, o clima é de apreensão sobre o que pode vir daqui pra diante. Analistas estimam que a regulação financeira pode ser mais dura do que os investidores esperavam já que a versão aprovada pelo senado é mais rígida e não deixa escapes para empresas contornarem as regras nas atividades mais arriscadas. De acordo com o Wall Street Journal, as novas normas podem reduzir os lucros das grandes instituições em até 20%.
Em entrevista à RFI, o analista financeiro, Benjamim Tano, que trabalha em Wall Street, diz que o impacto virá, mas não deve ser tão grande.
Eu acho que ninguém está surpreso com a aprovação da reforma no Senado.
O analista Benjamin Tano
Analistas também declararam à imprensa americana que “os lobistas estão no controle de Washington e que a reforma pode ser modesta e adaptada às necessidades do mercado". Já que Câmara e Senado terão que reescrever um texto conjunto para sanção do presidente.
Porém a reforma tem como base uma regulação rígida para o imenso mercado dos produtos derivados de dívida, que apenas poderão ser comercializados de forma transparente, cria um órgão de defesa do consumidor ligado ao Federal Reserve e impede intervenções de resgate das instituições financeiras com dinheiro do contribuinte.
Colaboração de Cleide Clock, correspondente da RFI em Nova York
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