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China/Câmbio

Valorização do yuan seria benéfica para América Latina

A valorização da moeda chinesa yuan, reclamada por vários países ocidentais, seria benéfica principalmente para os países que competem com a China, como Brasil e México, na avaliação de analistas de Hong Kong.  

O FMI estima que o yuan está subvalorizado de 25% a 40% em relação ao dólar.
O FMI estima que o yuan está subvalorizado de 25% a 40% em relação ao dólar. Reuters
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O economista-chefe do banco BBVA para a Ásia, Stephen Schwartz, disse que, no caso do Brasil, uma apreciação do yuan beneficiaria as exportações do setor têxtil e de produtos manufaturados. No entanto, a subvalorização do yuan diante do dólar torna os produtos latino-americanos menos competitivos, segundoLarry Qiu, diretor do Departamento de Economia da Universidade de Hong Kong.

A China se tornou um dos principais parceiros comerciais da América Latina. Em 2008, as importações chinesas de matérias-primas latino-americanas representaram 34,8%, de um volume total de US$ 1,1 trilhão, segundo dados da OMC. Só de janeiro a outubro de 2008, a China comprou US$ 63 bilhões de dólares em matérias-primas latino-americanas, o equivalente a 6,4% de suas importações totais, de acordo com dados oficiais do governo chinês.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o yuan está subvalorizado de 25% a 40% em relação ao dólar. O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, pediu recentemente que a China corrija essa distorção no câmbio.

Analistas do mercado financeiro asiático concordam que a moeda chinesa está subvalorizada, mas assinalam que a China não quer que outros países imponham seus pontos de vista. Valorizar a moeda chinesa, como pedem o Brasil e os Estados Unidos, seria, para Pequim, demonstrar um sinal de fraqueza ao mundo que o governo chinês não quer cogitar, avalia Ren Yue, professor de Direito na Universidade de Shantu. Se a pressão diminuir, é provável que a China aprecie o valor do yuan até o final do ano, na opinião de Ren.

A China tornou-se em 2009 o primeiro exportador mundial, faturando 10% do volume global de exportações, deixando para trás a Alemanha e os Estados Unidos, em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Graças a essa política de câmbio vantajosa para Pequim, o governo chinês acumula reservas en moeda estrangeira que chegam a US$ 2,4 trilhões de dólares.

Em 2009, um ano marcado pela crise econômica, a China cresceu 8,7%. Em 2010, o gigante asiático deverá crescer 9,3%.
 

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