Acessar o conteúdo principal

Jane Birkin: morre aos 76 anos o ícone da moda, do cinema e da música

Ela era a mais francesa das inglesas, um ícone da moda, do cinema e da música – principalmente do lado francês do canal da Mancha. Jane Birkin foi encontrada morta neste domingo (16), em sua residência parisiense, aos 76 anos. Além de atuar em mais de 70 filmes, ela ficou conhecida pelo relacionamento com o cantor e compositor Serge Gainsbourg, com quem teve a atriz Charlotte Gainsbourg.

Jane Birkin em Cannes para promoção do filme "Jane por Charlotte" (08/07/21).
Jane Birkin em Cannes para promoção do filme "Jane por Charlotte" (08/07/21). AFP - VALERY HACHE
Publicidade

Jane Birkin nasceu em Londres, em 1946, filha de um militar da marinha britânica e da atriz Judy Campbell, e começou a carreira como modelo e atriz na efervescente “swinging London” dos anos 1960. Em uma das primeiras aparições na tela, ela foi uma das modelos do fotógrafo de “Blow-Up” (1966), de Michelangelo Antonioni. 

Em 1968, Birkin conheceu Serge Gainsbourg durante as filmagens do filme Slogan (1968), na França. Foi o início de um relacionamento amoroso que durou doze anos e lançou Jane no cenário musical. Serge propôs que ela regravasse com ele “Je t’aime, moi non plus », composto originalmente para Brigitte Bardot, companheira anterior de Gainsbourg. O sucesso foi internacional e fincou Jane nas telas e nos palcos, principalmente da França.

 

Foto de arquivo mostra Serge Gainsbourg e Jane Birkin em Cannes, durante o Festival de Cinema (22/05/76).
Foto de arquivo mostra Serge Gainsbourg e Jane Birkin em Cannes, durante o Festival de Cinema (22/05/76). AFP - -

 

Em 1969, ela chamou a atenção no filme "A Piscina", de Jacques Deray, como coadjuvante de Romy Schneider e Alain Delon, outro casal mítico do cinema francês. A inglesa, que também se naturalizou francesa, atuou em mais de 70 filmes

Do relacionamento com Gainsbourg, nasceu a premiada atriz Charlotte Gainsbourg (1971). Jane teve outras duas filhas, a fotógrafa Kate Barry (1967), de seu casamento com o compositor John Barry, autor do tema dos filmes do espião 007, e a atriz Lou Doillon (1982), com o diretor Jacques Doillon.

 

Parisienses vieram à antiga casa onde Jane Birkin viveu com Serge Gainsbourg, para prestar homenagem à artista, morta neste domingo (16/07/23).
Parisienses vieram à antiga casa onde Jane Birkin viveu com Serge Gainsbourg, para prestar homenagem à artista, morta neste domingo (16/07/23). AP - Christophe Ena

 

Além de musa para um músico (Gainsbourg) e um cineasta (Doillon), ela também virou uma bolsa, não qualquer uma, mas uma cobiçada “Birkin bag”, da grife francesa Hermès. Conta a lenda que durante um voo, em 1980, Jane derrubou sua bolsa e os pertences se espalharam no chão. Ela comentou que o ideal seria uma bolsa maior. O então diretor da marca estava no avião e propôs a ideia de uma que lhe correspondesse melhor.

 

Perdas

Birkin perdeu em 1991 duas pessoas que marcaram sua vida, o ex-companheiro Serge Gainsbourg, e o pai, David Birkin, em um intervalo de apenas cinco dias. O trauma maior foi em 2013, com a morte trágica da filha Kate, que caiu do quarto andar do prédio onde morava, em Paris, aos 43 anos. Jane conta ter ficado em estado de choque durante um ano.

 

Gainsbourg e Birkin em Londres (1971).
Gainsbourg e Birkin em Londres (1971). © Robert Dear/AP

 

Jane Birkin se reinventou várias vezes em meio século de carreira. Ela foi a Lolita importada, esbanjando sensualidade andrógina, foi sucesso em comédias francesas e se lançou na música. Perseverou e conseguiu papéis em filmes diretores como Jean-Luc Godard e Agnès Varda. Ela também subiu aos palcos, para atuar ou cantar. Mesmo separados, Gainsbourg continuou a compôr para a musa, que se transformou em principal transmissora do legado do ex-companheiro. Ela abraçou causas humanitárias, foi às ruas para participar de protestos. Em 2007, Birkin dirigiu o filme "Boxes" ("Caixas"), com muitas pistas autobiográficas.

Jane Birkin, em Paris, protesta junto com a filha Charlotte contra a extrema direta de Jean-Marie Le Pen (05/05/2020).
Jane Birkin, em Paris, protesta junto com a filha Charlotte contra a extrema direta de Jean-Marie Le Pen (05/05/2020). AFP - DAMIEN MEYER

Nos últimos anos, ela lotava concertos para cantar músicas não só de Gainsbourg, mas de outros compositores, como Etienne Daho. Em 2004, ela assinou a divertida e irreverente “Je m’appelle Jane” com os roqueiros do grupo Mickey 3D, na qual ela “canta” sobre o leve sotaque britânico a acompanhou por mais de 50 anos de carreira na França, sobre beleza, charme e fragilidade.

(com agências)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.