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Gilberto Gil estreia ópera "Amor Azul" em Paris, com Orquestra Filarmônica da Radio France

Gilberto Gil, um dos grandes nomes da música popular brasileira, afirma que tem dois motivos para celebrar sua nova obra, uma ópera com o nome de "Amor Azul": a persistência do sentimento amoroso e da esperança política para o seu país. A estreia é nesta sexta-feira (2), em Paris. 

O cantor e compositor brasileiro Gilberto Gil no palco do festival de música Rock in Rio, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, Brasil. 05/09/2022
O cantor e compositor brasileiro Gilberto Gil no palco do festival de música Rock in Rio, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, Brasil. 05/09/2022 AFP - MAURO PIMENTEL
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"Amor Azul" é uma criação operística com influências musicais brasileiras, composta em dois atos em colaboração com o maestro italiano Aldo Brizzi, um grande amigo de Gil.

Aos 80 anos, Gil maneja seu violão com tranquilidade diante de 150 músicos do Coro e Orquestra da Radio France. "São muitas emoções, nunca havia tocado com um conjunto assim", declarou à AFP o cantor e compositor no Auditório da Rádio France, na mítica Maison de La Radio, em Paris.

"A hospitalidade da Radio France e a possibilidade de começar aqui, em Paris, para depois interpretá-la na Europa e em outros lugares dá muita solidez ao projeto", explica o artista baiano.

"A ópera é o encontro entre a poesia e a música", diz Gil. "Nesse sentido, no sentido comum da palavra, 'Amor Azul' é uma ópera. Ao mesmo tempo, tem os ingredientes da música popular, do Brasil, da influência africana, o ritmo, a influência indiana, a influência europeia."

O libreto é inspirado em poemas hindus e divindades como Krishna. O artista conta que a espiritualidade e os diversos tipos de religiosidade do Oriente são assuntos que o interessam desde jovem. "Não só religião, mas filosofia também", acrescenta. "Agora sou um homem de 80 anos. E então a espiritualidade é algo que pertence à minha vida diária." 

A partir dessas fontes, Gilberto Gil medita musicalmente sobre alguns de seus temas favoritos, com destaque para o amor.

"O amor é tudo, o amor é mais importante que a morte", declara o artista com um sorriso.  

Lembrança do grupo The Who 

Percussionistas, cantores de ópera da Bahia e dançarinos indianos acompanham a Orquestra Filarmônica no palco.

"Agora mesmo, sentado neste palco, com todos esses músicos, pensei no The Who, que também tocou há muito tempo com um conjunto sinfônico", recorda Gilberto Gil.

O grupo de rock britânico fez história nos anos 1970 com a ópera-rock "Tommy".

Gil é acompanhado por seu filho Bem Gil. "É natural que ele esteja aqui, é um músico veterano, já fez muitos projetos comigo. E para ele é um desafio muito importante, a oportunidade de tocar com um conjunto destas dimensões", explica.  

Importância da transmissão

Transmitir é essencial para o ex-ministro da Cultura.

"Eu estava em um ministério da Cultura voltado para a modernidade", recorda Gilberto Gil, que ocupou a pasta durante o primeiro mandato de presidente de Luiz Inácio Lula da Silva, agora eleito para um terceiro mandato.

"Vivemos um período difícil com a chegada da extrema-direita", afirma.

"Para (Jair) Bolsonaro, tudo era sobre negócios, capitalismo, lucro, Não tinha a compreensão mais profunda do significado da palavra progresso, da redistribuição da riqueza".

"O retorno de Lula, com sua experiência, seu caráter, sua justiça, é o retorno da esperança", concluiu Gilberto Gil.

Na semana passada, Gilberto Gil e sua mulher, Flora Gil, foram hostilizados com ofensas por torcedores bolsonaristas no estádio Lusail, no Catar. O caso aconteceu na última quinta-feira (24), pouco antes da partida entre Brasil e Sérvia pela Copa do Mundo. 

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