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Obra de Banksy roubada em Paris é recuperada por polícia italiana

Uma obra atribuída ao artista britânico Banksy roubada em 2019 foi recuperada pela polícia italiana em uma fazenda, na região de Abruzzes. A criação, que representa uma menina triste, tinha sido pintada em uma porta da sala de espetáculos parisiense Bataclan, em homenagem às vítimas dos atentados terroristas de 2015.

Homem fotografa obra de Banksy pintada na porta de uma saída de emergência da sala de espetáculos Bataclan, em Paris. Obra foi roubada e encontrada pela polícia italiana.
Homem fotografa obra de Banksy pintada na porta de uma saída de emergência da sala de espetáculos Bataclan, em Paris. Obra foi roubada e encontrada pela polícia italiana. AFP/Archivos
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A operação de busca começou a pedido da polícia da França e foi acompanhada por oficiais franceses, segundo um superior da polícia de Teramo, a 170 km a leste de Roma. O procurador de Aquila, principal cidade da região, deve dar mais detalhes sobre o caso em uma coletiva com a imprensa na quinta-feira (11).

A obra foi pintada na porta de trás da sala de espetáculos parisiense, em homenagem as 90 pessoas que morreram no lugar em 13 de novembro de 2015, durante uma série de ataques de terroristas jihadistas em Paris. A porta com a pintura foi cortada e roubada em janeiro de 2019.

Segundo o jornal italiano La Repubblica, citando o procurador de Aquila, a obra foi encontrada em uma fazenda na região de Abruzzes. A operação foi ordenada pela procuradoria e a descoberta “foi possível graças à investigação realizada pelo procurador em colaboração com a polícia e a justiça francesas”, precisou a publicação.

Realizada em estêncil, técnica que consiste em reproduzir um desenho aplicando tinta aerossol através de uma superfície vazada, e pintura branca, a obra atribuída a Banksy representa um personagem feminino com um ar triste. Ela foi pintada em uma das saídas de socorro do Bataclan, por onde escapou o público, que assistia ao show da banda Eagles of Death Metal, durante o ataque terrorista.

O roubo causou uma “profunda indignação”, segundo a equipe do Bataclan. O “símbolo de recolhimento que pertencia a todos os vizinhos, parisienses, cidadãos do mundo, nos foi tirado”, lamentaram. 

Napoleão e rato mascarado

O artista britânico, cuja identidade é mantida em segredo, é um dos mais cotados do mundo em seu gênero, a street art. Em junho de 2018, ele espalhou em Paris uma série de obras em estêncil de tom politico.

Ele reivindicou a paternidade de oito delas em sua conta Instagram. Entre elas, a menina triste na porta do Bataclan, uma releitura do quadro “Napoleão atravessando os Alpes, de Jacques Louis David, uma menina desenhando em uma suástica, obra pintada nas proximidades de um antigo centro de acolhida de refugiados em Paris, além de um rato mascarado com um estilete, próximo ao Centro de artes Georges Pompidou.

Esta última obra, realizada na parte de trás de uma placa de entrada de um estacionamento, também foi roubada em setembro de 2019. O Centro Pompidou, que abriga importantes coleções de arte contemporânea, prestou queixa por “roubo e degradação, em espaço dentro de seu perímetro.”

Um homem acusado em fevereiro pela justiça francesa, afirma que agiu a mando de Banksy. A obra em questão não foi encontrada, mas outras produções do artista foram apreendidas durante buscas realizadas dentro do caso. O suspeito seria próximo ao “universo da arte urbana”, segundo seu advogado.

Em cidades como Paris, Londres e Nova York, suas obras oferecem visibilidade a temas que fazem parte de debates sociais, como a questão dos refugiados. Se na capital francesa políticos se alegraram com esta invasão artística, o problema da degradação e do roubo das obras é uma realidade.

O artista britânico, que gosta de burlar da imprensa e do mercado da arte, é atualmente um dos artistas contemporâneos mais cotados do mundo.

Em outubro de 2018, uma reprodução de uma das mais célebres imagens de Banksy, “Girl with Balloon”, vendida por quase €1.185 milhão em um leilão na Sotheby’s em Londres, se autodestruiu parcialmente graças a um mecanismo escondido em sua moldura, cortando uma parte da imagem em lâminas verticais, logo após a venda.

Essa ação fez o artista entrar para a posteridade e garantiu uma fama de celebridade planetária.

 

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