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Morre aos 92 anos o quadrinista Uderzo, criador do "Asterix"

O francês Albert Uderzo, criador do personagem de quadrinhos "Asterix", morreu aos 92 anos. A família do desenhista anunciou o falecimento nesta terça-feira (24), em Neuilly-sur-Seine, na região parisiense. "Albert Uderzo morreu dormindo em sua casa, em Neuilly, de um ataque cardíaco não relacionado ao coronavírus. Ele estava muito cansado há várias semanas", disse seu genro Bernard de Choisy.

Albert Uderzo posa ao lado de seus personagens famosos:  Asterix (à esq.) e Obelix, em 19 de abril de 2007 em Paris.
Albert Uderzo posa ao lado de seus personagens famosos: Asterix (à esq.) e Obelix, em 19 de abril de 2007 em Paris. © AFP/Arquivo
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Com René Goscinny, Albert Uderzo imaginou em outubro de 1959 as aventuras do gaulês de bigode loiro, um personagem "cult" nos quadrinhos. Desde a sua criação, os álbuns de "Asterix" venderam 380 milhões de exemplares em 111 idiomas.

A última obra da série, "A filha de Vercingetorix", dirigida por Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, chegou às livrarias em 24 de outubro de 2019, com uma circulação mundial de cinco milhões de cópias, para celebrar o 60º aniversário da primeira edição. Sempre atual, a heroína do 38º álbum das histórias de Asterix e Obelix é uma jovem reivindicativa que lembra a ativista sueca Greta Thunberg. Outro aspecto que transcendeu a história em quadrinhos é a existência, na história, de um grupo de resistência clandestino batizado de FARC.

Inspiração para aldeia gaulesa

Uderzo, filho de imigrantes italianos originários das regiões de Veneto e da Toscana, nasceu na cidade francesa de Fismes, a 138 km de Paris. Durante a infância, ele sonhava em ser mecânico de aviões, embora já demonstrasse talento para as artes. Depois de se mudar para a Bretanha, no noroeste da França, durante a Segunda Guerra Mundial, encontrou nessa região o cenário ideal para a aldeia gaulesa da série Asterix. Ao final do conflito, em 1945, Uderzo iniciou sua carreira de artista na capital francesa.

Ele conheceu Goscinny em 1951 e logo se tornaram grandes amigos, decidindo trabalhar juntos. Asterix, o gaulês, apareceu pela primeira vez na revista francesa "Pilote",  em histórias apresentadas em capítulos. O personagem era um guerreiro baixinho e de aparência inofensiva que habitava uma aldeia da Gália, território que se estendia entre França, Bélgica e Itália, por volta de 50 a.C. Na época, o poderoso império romano já havia invadido a região, mas encontrava resistência da aldeia de Asterix. Seus habitantes rechaçam os invasores graças à enorme força que conseguem ao tomar a poção mágica do druida da aldeia. O maior aliado de Asterix é o grandalhão Obelix, que é proibido de tomar a poção mágica, pois caiu dentro do caldeirão da poção quando era bebê e desenvolveu força constante. Ao lado de Obelix e do cãozinho Ideiafix, Asterix viveu inúmeras aventuras ao redor do mundo.

Banquetes de javali

Depois da morte de Goscinny, em 1977, Uderzo passou a tomar conta da obra e dos direitos autorais dos irredutíveis gauleses. Em 2008, entretanto, ele cedeu sua editora, Albert René, para uma outra editora francesa, a Hachette. Uderzo, que dizia ser contra a publicação dos gibis após a morte do colega, mudou de ideia – segundo ele, em respeito aos fãs do gaulês. A única condição era que as novas histórias terminassem sempre com os famosos banquetes de javali.

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