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Rendez-vous cultural

Em Paris, fotos de Walker Evans mostram a América profunda e banal

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O americano Walker Evans é um dos grandes nomes da fotografia do século 20. O Centro George Pompidou de Paris apresenta a primeira grande retrospectiva na França do fotógrafo que durante décadas, a partir dos anos 30, criou um “estilo documental” que influenciou gerações de artistas e outros fotógrafos.

Allie Mae Burroughs, Alabama 1936
Allie Mae Burroughs, Alabama 1936 Walker Evans
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Ele fotografou a América bulimicamente, em séries, em temas recorrentes: fachadas de lojas, comércios à beira de estrada, anônimos, a cidade.

Evans também documentou tragédias humanas, como a miséria rural decorrente da Quebra da Bolsa em 1929. Em 1936, ele conviveu, junto com o escritor James Agee, durante várias semanas, com três famílias de sitiantes, dividindo refeições e reflexões. Desse encontro surgem fotos épicas, de rostos jovens, mas estranhamente idosos, já exaustos.

As fotos são cruas, sem retoques, como explica o curador Clement Cheroux: “Seu estilo é simples, despojado, a abordagem é frontal, fechado no rosto, em objetos, nas casas. Ele influenciou gerações e gerações. Nos anos 60, seu trabalho fascina os artistas pop, os artistas conceituais das décadas seguintes reivindicam Walker Evans. E ainda hoje encontro fotógrafos que me dizem que Evans é o grande mestre para eles. É como se ele sumisse diante do sujeito/objeto para justamente destacar o que está sendo fotografado.

Americanidade em detalhes

Chéroux fala sobre a força das imagens de Walker Evans: “É alguém que durante 40 anos de atividade buscou incessantemente definir visualmente o que era a América, o que era americano dentro da América e, usando um neologismo, a ‘americanidade’. Ele queria mostrar o que era típico e que muitas vezes já não existe mais, as lojinhas à beira da estrada, as fachadas, que acabam sendo engolidas pelo progresso. Ele nos proporciona um retrato da América bastante justo, que emociona e que tem muita força."

A mostra no Beaubourg de Paris traz mais de 400 trabalhos e documentos, tiragens originais do mundo inteiro, além de objetos pessoais de Walker Evans, colecionador de imagens, placas e objetos diversos.

A retrospectiva de Walker Evans fica em cartaz em Paris até 14 de agosto.

 

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