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Cannes

Filme do Netflix é vaiado no festival de Cannes

No seu terceiro dia de projeções, o Festival de cinema de Cannes foi dominado pela controvérsia do filme americano/sul-coreano “Okja”, uma produção do Netflix que não será exibido em salas de cinema.

Okja: o animal quimérico que o Netflix não quer exibir em cinemas.
Okja: o animal quimérico que o Netflix não quer exibir em cinemas.
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Se antes “Okja” já provocava comentários entre profissionais do cinema, hoje o filme chegou a ser vaiado por conta do atraso na sua projeção causado por problemas técnicos – ainda que alguns garantam que as vaias foram para o logotipo do Netflix projetado no início do filme.

Mas essa foi uma questão menor. O grande problema de “Okja”, que fez muita gente erguer as sobrancelhas, é o fato de se tratar de um filme produzido para veiculação exclusiva por TV a cabo e computadores. Uma heresia, para muitos, que um tal filme seja exibido na mostra competitiva do mais tradicional festival de cinema do mundo.

“Okja”, dirigido pelo sul-coreano Bong Joon-ho, conta a história da pequena Mija (Ahn Seo-hyu) que adota um animal quimérico, que vive escondido numa floresta. Descoberto pela civilização, o animal é capturado e levado para os Estados Unidos pela inescrupulosa empresária Lucy Mirando, interpretada pela atriz inglesa Tilda Swinton.

O filme estará disponível no Netflix a partir de 28 de junho, sem jamais ser exibido numa sala escura com cheiro de pipocas.

Alegoria com realismo fantástico

O segundo filme da mostra competitiva de hoje também foi vaiado. “A lua de Júpiter”, uma produção húngara dirigida pelo ator e diretor Kornél Mundruczó, não convenceu o público nem a crítica. No filme, Aryan (Zsombor Jéger), um imigrante sírio, é baleado quando tenta escapar de um campo para refugiados na Hungria. Miraculosamente, seu ferimento lhe confere um superpoder: Aryan pode agora voar!

Numa Hungria dominada por sentimentos ultranacionalistas, com o governo conservador de Viktor Orbán, que se recusa a socorrer os refugiados sírios, o filme de Mundruczó pode soar como uma bela alegoria da liberdade (de voar) contra a opressão de um campo para refugiados. Mas, segundo a crítica especializada, a trama acaba se perdendo numa abordagem ampla demais, com cenas de ação e aventura desnecessárias.

Trailer oficial de "Okja"

 

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