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Cinema

Um ano após Aquarius, Brasil fica fora da seleção da Palma de Ouro de Cannes

Nenhum filme brasileiro faz parte da seleção principal da 70ª edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes. Um ano após a participação de Aquarius, por enquanto a produção nacional será representada apenas pelo curta “Vazio do lado de fora”, na mostra paralela da Cinéfondation.

O delegado geral do Festival de Cannes, Thierry Frémaux (e) ao lado do presidente do evento, Pierre Lescure, durante coletiva de apresentação dos concorrentes para a Palma de Ouro
O delegado geral do Festival de Cannes, Thierry Frémaux (e) ao lado do presidente do evento, Pierre Lescure, durante coletiva de apresentação dos concorrentes para a Palma de Ouro REUTERS/Philippe Wojazer
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O Festival de Cannes divulgou nesta quinta-feira (13) a lista dos filmes que concorrem à Palma de Ouro. Das 18 produções que disputam o prêmio máximo, quatro são assinadas por cineastas franceses, quatro por americanos, duas por coreanos, uma por um húngaro, uma por um britânico, uma por um austríaco, uma por um russo, uma por um ucraniano, uma por um grego, uma por um alemão e uma por um japonês.

O Brasil ficou fora dessa Torre de Babel, apesar de muita gente estar esperando um repeteco da participação do ano passado. Afinal, mesmo se não levou nenhum prêmio em Cannes em 2016, os brasileiros marcaram a 69ª edição do mais famoso festival de cinema do mundo.

Além do polêmico protesto do elenco de “Aquarius” na subida das escadarias do evento, quando a equipe exibiu cartazes pedindo a saída do poder do presidente brasileiro Michel Temer, a performance de Sonia Braga foi saudada pela crítica. Sem esquecer o jovem cineasta João Paulo Miranda Maria, que recebeu a menção especial do júri pelo curta-metragem “A Moça que Dançou com o Diabo”.

Mas por enquanto a participação do Brasil nesta 70ª edição, cujo júri principal é dirigido pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar, se resume ao curta “Vazio do Lado de Fora”, de Eduardo Brandão Filho, da Universidade Federal Fluminense. A produção nacional foi escolhida entre os filmes da Cinéfondation, projeto que reúne trabalhos de alunos feitos em universidades de cinema. Porém, mostras paralelas importantes, como a Quinzena de Realizadores e a Semana da Crítica, ainda não divulgaram sua seleção.

Michael Haneke é um dos favoritos com filme sobre refugiados de Calais

Entre os diretores que disputam a Palma de Ouro, apenas o austríaco Michael Haneke já foi premiado, e em duas ocasiões, por "A fita branca", em 2009, e "Amour", en 2012. Ele apresenta “Happy End”, filme mais que contemporâneo, com Isabelle Huppert no elenco, e que fala dos refugiados que acampam na cidade francesa de Calais enquanto tentam cruzar o Canal da Mancha.

Entre os que podem levar o prêmio de melhor ator estão nomes como Joaquin Phoenix, Colin Farrell, Jean-Louis Trintignant, Louis Garrel, Robert Pattinson e Vincent Lindon. Já para melhor atriz, nomes como Julianne Moore, Kirsten Dunst, Elle Fanning, Nicole Kidman, Isabelle Huppert et Adèle Haenel foram citados como possíveis ganhadoras.

Realidade Virtual e política francesa

Esse ano o Festival também homenageia as séries de TV, apresentando a segunda temporada de "Top Of The Lake", de Jane Campion, e dois episódios da terceira temporada, bastante esperada, de "Twin Peaks" de David Lynch. Outra novidade é a exibição de um filme de cerca de sete minutos de realidade virtual, do diretor mexicano Alejandro Gonzalez Iñarritu.

“Estamos em uma sequência política na França com a eleição presidencial, que acontecerá antes de Cannes”, lembrou o presidente do Festival, Pierre Lescure, durante a coletiva de imprensa. “Esperamos que esse Festival seja uma pausa que nos permita falar apenas de cinema”, disse. “Mas Cannes não pode ignorar completamente a política”, acrescentou. Em relação à segurança, já que a França continua em estado de emergência, Lescure explicou que o mesmo dispositivo do ano passado será aplicado.

A 70ª edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes acontece entre 17 e 28 de maio.
 

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