Bob Dylan mantém silêncio sobre o Nobel de Literatura
Quase 24 horas depois do anúncio do prêmio Nobel de Literatura para Bob Dylan, o cantor e compositor americano não se pronunciou até o momento sobre a pomposa recompensa. O artista realizou um show na quinta-feira (13) em Las Vegas, no qual se limitou a cantar, sem fazer nenhum comentário.
Publicado em:
A Academia sueca também informou que ainda não conseguiu falar com o cantor sobre o prêmio. "Entramos em contato com o agente de Dylan e também com o diretor de sua turnê", afirmou o chanceler da instituição, Odd Zschiedrich.
De acordo com o jornal Washington Post, que entrevistou pessoas ligadas ao artista, ele teria permanecido em silêncio o dia todo sobre o prêmio. O cantor Bob Neuwirth, amigo de Dylan, disse ao jornal americano que não espera que ele "comemore a notícia com um tweet animado". "Talvez ele nem esteja sabendo", cogitou.
Dylan vai recusar o prêmio?
Mais de 24 horas após o anúncio da decisão, começam as especulações sobre as intenções de Dylan de recusar o prêmio. O caso não seria inédito na história do Nobel. Em 1964, o filósofo francês Jean-Paul Sartre rejeitou a recompensa e não recebeu as 273 mil coroas suecas que correspondiam ao prêmio na época. Caso faça o mesmo, Dylan não receberá 8 milhões de coroas, que é o valor atual.
A mais recente rejeição de uma importante distinção foi feita pelo cineasta suíço Jean-Luc Godard. Na edição de 2014 do Festival de Cinema de Cannes, o diretor se recusou a participar do evento e a receber o prêmio do júri por "Adeus à Linguagem", recompensa que dividiria com o canadense Xavier Dolan, pelo longa "Mommy".
Premiação causa polêmica
Bob Dylan foi anunciado na quinta-feira como o vencedor do maior prêmio de literatura "por criar uma nova expressão poética na tradicional canção americana", segundo a Academia Sueca. A notícia foi comemorada pelos admiradores do legendário cantor, mas também inflamou as redes sociais de críticas. A ausência de uma obra literária tradicional irritou muitos internautas.
Entre os concorrentes, estavam a brasileira Lygia Fagundes Telles, o japonês Haruki Murakami, o queniano Ngũgĩ wa Thiong'o, o poeta sírio Adonis, e o experiente romancista americano Philip Roth.
Mas, contrariando todas as expectativas, a secretária da Academia afirmou ao canal público sueco SVT que as canções de Dylan são "poesia para os ouvidos", antes de destacar que ocorreu uma "grande coesão" sobre a escolha.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro