Concerto da Orquestra Juvenil da Bahia em Paris termina em frevo
A orquestra Juvenil da Bahia encerrou na noite desta segunda-feira (12), em Paris, sua turnê na Europa. Os jovens sob a batuta do maestro Ricardo Castro e acompanhados pela pianista argentina, Martha Argerich, impressionaram o público pela qualidade musical do repertório apresentado na grande sala da Filarmônica de Paris e pela energia em cena.
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A Juvenil da Bahia foi a primeira orquestra brasileira a se apresentar na sala Filarmônica de Paris. A casa estava lotada. Os ingressos, colocados à venda em maio, esgotaram em 24 horas.
Contrariando a tradição, o maestro e pianista Ricardo Castro entrou no palco com um microfone para dar boa noite ao público e explicar a história da orquestra, que é a principal formação do projeto educativo e social Neojiba (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia). Ele dedicou o concerto ao jovem estudante de violoncelo Marcelo que morreu assassinado, no último sábado (10), em um bairro carente de Salvador sem poder realizar o sonho de integrar o grupo. “Tocar, cantar e lutar nunca foram tão necessários”, afirmou o maestro.
Villa-Lobos, Shostakovich, Tchaikovsky e frevo "Vassourinhas"
O concerto foi a cara da Orquestra Juvenil da Bahia, diversificado, com muita energia e improvisações. O espetáculo começou com Choros n°6 de Villa-Lobos, uma das melhores obras do compositor, que revela a alma brasileira que “ri e que chora”, resumiu Ricardo Castro.
A segunda interpretação da noite foi o concerto para Piano e Trompete n°1 de Shostakovich, solado pelo trompetista, Helder Passinho, membro fundador do Neojiba, e pela argentina Marta Argerich, uma das melhores pianistas do mundo. Para agradecer os aplausos, a orquestra teve que reprisar uma parte do concerto de Shostakovich e Martha Argerich tocou, com Ricardo Castro, uma música a quatro mãos no piano.
No segundo ato, o grupo interpretou com brio a Sinfonia n° 4 de Tchaikovsky. O bis, comandado pelo jovem maestro baiano Cássio Bitencourt, de apenas 23 anos, levou o público francês ao delírio. Martha, Ricardo e todos os músicos da orquestra voltaram ao palco para interpretar um expressivo “Tico-tico no fubá” (Zequinha de Abreu).
O grupo foi ovacionado de pé durante vários minutos e os jovens músicos baianos deixaram o palco ao som do popular frevo "Vassourinhas", após quase três horas de espetáculo.
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