Mostra no Instituto do Mundo Árabe recria os jardins do Oriente
Publicado em:
Ouvir - 05:15
Os jardins orientais nos transportam para um mundo quase mágico, onde a beleza e os perfumes inspiram escritores, filósofos e pintores da Antiguidade até hoje. E é esse encanto milenar que podemos descobrir na exposição "Jardins d'Orient, de Alhambra ao Taj Mahal".
A mostra no Instituto do Mundo Árabe explora toda a história dos jardins, dos mais antigos aos contemporâneos.Trezentas obras de arte vindas de museus internacionais e coleções particulares mostram os jardins e também os sistemas milenares de irrigação para preservá-los. Um momento especial é curtir o vídeo que simula os Jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo. Fotos, maquetes, trajes de príncipes, esculturas, tudo que pode estar ligado aos jardins e aos temas florais é abordado, inclusive o paralelo com os jardins ocidentais.
Dos oásis e do Taj Mahal ao novo parque al-Azhar do Cairo, da Alhambra de Granada à Argélia, dos jardins dos príncipes aos espaços públicos ornamentados, o percurso relembra a cada segundo que a essência da vida e das plantas é a água.
A curadora da mostra, Sylvie Depondt, explica que o tema foi escolhido porque o jardim é um elemento fundador da história oriental e também "de nossa vontade de revisitar essa história na nossa época e ver o que o modelo oriental inspirou e ensinou na nossa prática contemporânea", ela diz.
Jardim efêmero pode durar no Instituto do Mundo Árabe
Parte da exposição é do lado de fora do Instituto, em um maravilhoso jardim efêmero realizado pelo paisagista Michel Pénat. São oliveiras, palmeiras, laranjeiras, jasmins... E o lado espetacular é que esse jardim tem é baseado na anamorfose, a arquitetura cênica. O craque na questão, François Abélanet, explicou que o anamorfismo é uma deformação ótica, uma ilusão, é a projeção de uma imagem sugerida por um polígono estrelado, com todos os losangos com flores e um espelho no centro. Do alto, os visitantes podem ter ilusões de ótica, sensações, enfim, como diz o criador, "depende do seu espírito".
O sucesso está sendo tão grande que o Instituto já pensa em manter os jardins externos por um ano, depois da exposição ter acabado.
Joëlle, uma visitante da exposição, fala o que sentiu durante o percurso: "Achei muito bonita, ela nos faz viajar e apreciar a finura e toda a arte dos jardins e da própria água. Tem um lado bonito, artistico e também uma lado científico, histórico. Eu gostaria que isso fosse mais aprofundado mas, mesmo assim, estava presente e equilibrou as coisas. A gente entra numa atmosfera, ao mesmo tempo tem a penumbra, o som das águas, dos passarinhos, objetos muito bonitos.... O vídeo sobre a confecção dos tapetes é lindo... Sinceramente, a exposição é uma beleza e talvez eu volte!", conta, entusiasmada.
Outra francesa apaixonada pelas artes, Charlene, veio especialmente da Bretanha especialmente paraa mostra e não se arrependeu: "A exposição é muito boa, com o canto dos pássaros, o som da água.... Eu também pude relembrar os jardins que visitei durante todos esses anos em muitos países do Oriente: Irã, Afeganistão, Curdistão, Marrocos, na Andaluzia também.... Essa mostra é formidável, eu adorei.... Ah! E tive a sorte de ver o jardim do lado de fora quando estava sol.... é mais bonito com o sol!", fala, sorrindo.
"Jardins D'Orient, de Alhambra ao Taj Mahal", no Instituto do Mundo Árabe, em Paris, fica em cartaz até o dia 25 de setembro.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro