Madonna homenageia vítimas dos atentados de Paris em show na capital francesa
A cantora Madonna fez um show emocionante na noite de quarta-feira (9) na AccorHotels Arena, em Paris, parte da turnê do seu último CD, "Rebel Heart". Durante a apresentação, a rainha do pop homenageou Paris, a França e as vítimas dos atentados de 13 de novembro, com um belo discurso. Ela também pediu que o público cantasse a Marselhesa, hino da França, e interpretou o clássico francês La Vie en Rose, conhecido na voz de Edith Piaf. Ela se apresenta novamente nesta quinta-feira (10) na capital francesa.
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Após o medley dos hits dos anos 1980 "Dress You Up", "Into The Groove" e "Lucky Star", cantados em ritmo latino, Madonna fez um discurso em homenagem à França. "O coração é um grande símbolo em meu show. É um grande símbolo na minha vida. Estou em cima de um coração. O show se chama "Rebel Heart" (coração rebelde). Eu quero falar sobre o coração da França, porque o coração da França corre no meu sangue. E eu penso nas várias pessoas que lutaram pela liberdade e nas pessoas que lutaram pela França. Começando por Joana D'Arc, que tem me inspirado e inspirou uma canção que eu escrevi", disse.
Depois a cantora reverenciou os artistas franceses que foram fonte de inspiração ao logo da sua carreira. "Eu posso pensar em muitos artistas franceses que me inspiraram ao longo dos anos. Grandes pintores, de Matisse a Léger; grandes fotógrafos, de Man Ray a Jean-Baptiste Mondino; grandes músicos e cantores, de Edith Piaf a Charles Aznavour e Serge Gainsbourg; estilistas, de Christian Dior a Jean-Paul Gaultier; e cineastas, de Truffaut a Godard. Todos artistas franceses com grandes corações"
Participação do filho
Foi então que ela trouxe à tona os atentados de 13 de novembro. "Penso no que aconteceu há quase quatro semanas nesta cidade linda. O coração de Paris foi violentamente destroçado, foi dividido em milhões de pedaços, por nenhuma razão. Mas quero que vocês saibam que o coração de Paris bate com o coração de todas as cidades, e o coração da França bate com o coração de todos os países. E somos todos um só coração. E, se juntarmos nossos corações, nada pode nos destruir, nada pode nos parar. Nossos corações podem bater como um só. E não vamos ceder ao medo, mas vamos reverenciar o amor. Porque, quando o poder do amor for maior que o amor pelo poder, haverá paz no mundo", afirmou, sob uma chuva de aplausos.
Após essas palavras, ela apresentou "um convidado especial": seu filho, David Banda , de 10 anos. "Ele quer cantar uma canção em homenagem às vítimas dos atentados e para as famílias das vítimas. Ele quer cantar esta música porque ele ama a letra, que foi escrita por um homem que lutou pela liberdade, Bob Marley", anunciou a cantora. Então David, tocando violou, entoou "Redemption Song" ao lado da mãe (veja vídeo abaixo).
La Vie en Rose
Após cantar "Material Girl", no último segmento da apresentação, Madonna anunciou seu "momento preferido do show". "E não estou dizendo isso só porque estou em Paris. Para mim, esta é uma das melhores canções de amor já escritas, interpretada por uma das minhas cantoras favoritas", disse antes de começar a cantar "La Vie en Rose" (veja vídeo abaixo), tocando ukulele. A plateia acompanhou com as luzes dos celulares. Antes ela já havia conclamado o público a cantar a Marselhesa, após pedir ao pianista os primeiros acordes do hino da França. A resposta foram vozes fortes em uníssono.
O show de Madonna é uma grande viagem pela sua carreira, de canções do primeiro CD, como "Burning Up" e "Holiday", a músicas do seu último trabalho, "Rebel Heart", que dá nome à turnê. A apresentação é dividida em quatro atos, com estéticas diferentes: "Joana d'Arc/ Samurai", "Rockabilly Encontra Tóquio", "Latino/Cigano" e "Loucos Anos". Com vídeos de apoio e uma trupe de dançarinos acrobáticos, o show é divertido e cheio de energia e traz uma mensagem de paz entre as religiões e de celebração da vida. Os hits que a projetaram mundialmente em 1985, como "Like a Virgin" e "Material Girl", estão no repertório, assim como a canção que escreveu para o ex-marido Sean Penn em 1986, "True Blue", interpretada singelamente ao violão.
Na canção "Unapologetic Bitch", que sempre conta com um convidado ilustre, subiu ao palco o estilista francês Jean Paul Gaultier, que levou tapas da cantora no bumbum e ganhou uma banana, vestida com a sua famosa camiseta listrada de marinheiro, de presente. O designer, que foi responsável pelo figurino de outras turnês da cantora, estava super à vontade e dançou animado - incluindo o famoso passinho de "Embalos de Sábado à Noite".
Show surpresa na Praça da República
Depois da apresentação, Madonna se dirigiu à Praça da República, no centro da capital, que se transformou em um símbolo contra o terrorismo. Em suas contas no Instagram e no Twitter, a rainha do pop chamou os fãs para cantarem juntos "músicas pela paz".
No local, a cantora realizou um show surpresa e cantou três canções: "Imagine", de John Lennon, "Like a Prayer" (terceiro vídeo abaixo) e "Ghosttown", composições próprias. Vestida com um pesado casaco de inverno e ao lado do filho David, Madonna ficou na Praça da República com os fãs até cerca de 1h da manhã.
Essa não foi a primeira vez que a cantora prestou uma homenagem às vítimas dos atentados de 13 novembro. No dia 15 de novembro, em Estocolmo, na Suécia, ela dedicou "La Vie en Rose" a Paris.
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