As férias no hemisfério norte terminaram e com elas foram-se os eventos de verão. Mas não tem má notícia, porque isso significa que a oferta cultural do Velho Continente acaba de se renovar, com direito a música, cinema e artes plásticas.
Poucos festivais podem se gabar de ter alguns dos maiores nomes do rock batendo na porta, pedindo pra tocar. O Rock en Seine, que acontece neste fim de semana em Paris, pode. Fundador do festival em 2003, François Missonier contou à RFI que o FFS, megabanda que reúne o Franz Ferdinand e o Sparks, veio atrás da organização para oferecer seus serviços.
"A proposta caiu do céu para a gente", conta o diretor da festa. Mas nem tudo são flores. The Libertines, por exemplo, outro destaque do Rock en Seine, deu trabalho: "Sabíamos que um álbum estava para sair, nós queríamos muito tê-los aqui, mas eles tinham uma agenda mais carregada, com datas em vários lugares. Então foi preciso esperar mais, brigar... Mas no final deu certo".
E deu certo porque o Rock en Seine "é bem conhecido pelos empresários e artistas internacionais, que querem vir tocar aqui porque é em Paris, eles são bem recebidos e o público é incrível". O line-up ainda traz Offspring, Chemical Brothers, Tame Impala e muito mais. Mas quem quiser assistir, tem que correr porque a festa é só neste último fim de semana de agosto.
Do rock pro jazz
Mas quem chegar a Paris pouco depois do Rock en Seine não precisa se desesperar: ainda dá para curtir o tradicional Jazz à La Villette. Entre as atrações, está o eterno baterista de Fela Kuti, Tony Allen, que toca acompanhado do rapper americano Mos Def.
Dos Estados Unidos e do soul, vêm também Melvin Van Peebles, Jurassic 5, Lee Fields, Archie Shepp. Mas, além dos nomões, o festival tem uma sessão dedicada a artistas novatos e inovadores, além de uma versão Kids, pra molecada se ligar no som desde cedo. O jazz come solto no parque La Villette, norte da capital, de 3 a 13 de setembro.
Do jazz pra tela
A partir do dia 3 de setembro, acontece o Festival de Cinema de Cambridge. Uma das principais atrações desse ano são as exibições ao ar livre no parque Grantchester. Lá vão passar 2001, do Kubrick, De Volta para o Futuro, clássicos meio obscuros, como Tudo que o Céu Permite, Desencanto, Carta de Uma Desconhecida e mais um filme por dia durante dez dias.
E o cinema a céu aberto de Grantchester é uma gota no oceano do festival, que comemora seus 35 anos nesta edição. Cambridge tem ainda mostras dedicadas ao cinema 3D, à produção alemã contemporânea, outra à catalã... A própria organização admite que ver tudo é impossível. Mas num festival desse porte, ver um pouco já é muito.
Da tela pra tela
Em Berlim, abre no próximo 4 uma exposição de 50 obras do pai da pintura abstrata, Piet Mondrian. Com seu método de redução radical da pintura a seus elementos mais elementares, o artista holandês criou algumas das mais icônicas obras do Modernismo clássico.
Mais do que mostrar o resultado, essa primeira grande mostra dedicada a Mondrian em Berlin retraça o processo que o pintor seguiu, de uma tímida incursão Impressionismo para a abstração. Vale a pena e dá tempo: a mostra fica no Martin-Gropius-Bau até 6 de dezembro.
Para ouvir o programa Agenda Europa na íntegra, clique no link acima.
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