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Rendez-vous cultural

Filme francês "Dheepan" ganha Palma de Ouro em competição sem franco favorito

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À medida em que avançava, a corrida pela Palma de Ouro em Cannes neste ano parecia mais indefinida. Muitos apostavam no holocausto sob uma nova estética, nos italianos ou nos asiáticos. A França tinha cinco candidatos ao prêmio máximo e, entre eles, só Dheepan, o derradeiro vencedor, foi mais elogiado que combatido. Mas sem unanimidade.

Antonythasan Jesuthasan em « Dheepan » de Jacques Audiard.
Antonythasan Jesuthasan em « Dheepan » de Jacques Audiard. Paul Arnaud - Why Not Productions
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Jacques Audiard é um cineasta consagrado, autor de filmes como « O Profeta » e « Ferrugem e Osso ». Seu filme mais recente, lidando com uma problemática social e política muito atual não só na França como na Europa toda, a da imigração, segue a história de um refugiado tamul que se instala na periferia de Paris.

"A escolha dividiu os frequentadores do festival”, diz Elisabeth Lequeret, da editoria de Cultura da Rádio França Internacional. « Não se vê nesse longa mais recente de Audiard características de outros de seus filmes, a fascinação pela violência masculina, a virilidade, a estética. Dheepan é sensível, delicado e até sensual, mas me pergunto se o prêmio é merecido ».

Diversidade

Concorreram à Palma de Ouro 19 filmes de países diversos. O tema da perda, da morte e do sofrimento foram recorrentes, como nos casos de « Sea of Trees », de Gus Van Sant, « Mia Madre », de Nanni Moretti, « Chronic », de Michel Franco e « Little Sister », de Hirokazu Kore-Eda. Mas a competição também surpreendeu com um belo épico marcial, com « The Assassin », prêmio de direção para o taiwanês Hou Hsia-Hsien, e uma nova versão de Macbeth, com Michael Fassbender no papel principal. Cannes 2015 também remexeu na dolorosa ferida do holocausto.

« O Filho de Saul », bastante cotado para a Palma, ficou com o segundo prêmio mais importante, o Grand Prix (Grande Prêmio). Primeiro longa do húngaro Laszlo Nemes, 38 anos, a história de Saul é um soco no estômago. Em Auschwitz, ele faz parte do Sonderkommando, um grupo formado por detentos, mantidos à parte, cuja missão é preparer os judeus para as câmaras de gás, separar pertences e objetos de valor dos mortos e jogar cinzas no rio. Isso enquanto esperam a própria morte.

Inga Waterlot, do serviço em língua russa da Rádio França Internacional: « Filho de Saul fala do cotidiano de Auschwitz, mas as atrocidades são tratadas de maneira muito reservada, a câmera é quase sempre em plano aberto, seguindo o personagem principal. Através de Saul, podemos perceber os corpos, cenas horríveis, mas geralmente desfocadas, não há um choque frontal com o horror. Isso tem um efeito impressionante, pois mesmo sem ver nitidamente, sabemos do que se trata ».

Para a lista dos prêmios do Festival de Cannes 2015, clique aqui.
 

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