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Rendez-vous cultural

Livro revela “causos” de brasileiros famosos em Paris

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Andando por Paris, é possível topar com placas em homenagem a brasileiros ilustres que viveram na “cidade-luz”. Pode ser na praça Saint Michel, na fachada do prédio onde viveu o compositor Heitor Villa-Lobos, por exemplo. Ou em plena avenida Champs-Elysées, outra placa lembra que, diante do número 114, Santos Dumont aterrissou com um balão. Por trás dessas placas e muitos outros “causos” , figuram ilustres brasileiros, cujas passagens por Paris são revividas no livro “A História do Brasil nas Ruas de Paris”.

Capa do livro de M. Assumpção "A História do Brasil nas Ruas de Paris"
Capa do livro de M. Assumpção "A História do Brasil nas Ruas de Paris"
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O autor Maurício Torres Assumpção conta que quando chegou a Paris, há dez anos, foi morar na praça Colonel Fabien, fora do eixo turístico, onde fica a sede do Partido Comunista francês, um monumento da arquitetura moderna. As curvas não deixam dúvidas, o autor é Oscar Niemeyer. Vendo isso e outras referências, ele pensou em um pequeno guia de curiosidades sobre os brasileiros na capital francesa. “Mas o que era para ser um modesto livro de 120 páginas virou um volume de quase 500 páginas”, conta.

Em suas pesquisas, Assumpção descobriu pelo menos 30 brasileiros com histórias para contar. “Por relevância histórica, acabei selecionando sete: Dom Pedro I, Dom Pedro II, Santos Dumont, Villa-Lobos, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e os positivistas”.

Os capítulos, em ordem cronológica, contam passagens divertidas e curiosas, como Dom Pedro I regendo uma orquestra que tocava o “Hino da Independência do Brasil”, de sua autoria. Podemos seguir também a paixão de alguns brasileiros pelo positivismo, chegando à beira do fanatismo. Ou acompanhar os passeios e encontros de Dom Pedro II, um apaixonado por Paris.

Inventor dândi

Domínio público

O livro, da editora Casa da Palavra, também traz um retrato impagável de Santos Dumont. Assumpção conta que, no Brasil, o aviador tem uma imagem “mofada”, de chapéu torto e bigode, transformado pelos militares em herói nacional, o pai da aviação. “Mas Santos Dumont era um dândi, elegante e sensível”, conta. O capítulo dedicado ao inventor ilustra bem o espírito inovador e persistente do brasileiro, herdeiro de um rico fazendeiro.

Paris foi também uma espécie de palco para o energético Villa-Lobos e para o discreto Lúcio Costa. E vitrine de grande importância para Niemeyer. Mas além de colocar esses personagens sob uma nova ótica, o livro também dá um contexto histórico e dicas paralelas para os turistas e curiosos. Aprendemos, por exemplo, que a igreja gótica de Saint Eustache, onde se casaram os avós franceses de Santos Dumont, abriga uma obra do artista plástico americano Keith Haring (morto em 1990, aos 31 anos, de Aids).

Os capítulos são acompanhados por notas explicativas e links na internet, no youtube e códigos QR. Ou seja, você lê uma passagem e pode conferir a música de Dom Pedro I ou de Villa-Lobos, ver as estripulias de Santos Dumont, filmadas pelos pioneiros do cinema, e ainda assistir a uma entrevista de Oscar Niemeyer em francês.

 

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