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Rendez-vous cultural

Cinemateca francesa exibe curtas brasileiros em Paris

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A Cinemateca francesa organiza até maio uma mostra de curta-metragens brasileiros dedicada aos jovens cineastas do país. A iniciativa faz parte da programação do ciclo "Cinéma de Poche" (cinema de bolso em tradução livre), que traz filmes premiados em vários festivais no Brasil e mundo afora.

Captura vídeo do filme Haruo Ohara, interpretado por Marco Hisatomi
Captura vídeo do filme Haruo Ohara, interpretado por Marco Hisatomi
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O organizador da mostra francesa, Bernard Payen, conta como foi seduzido pela criação brasileira nas suas visitas ao país, onde participou como júri de diversos festivais. Foi então que decidiu incluir a obra de alguns cineastas na programação da Cinemateca.

A primeira projeção, em outubro de 2013, teve a participação de Caetano Gotardo, que estava na capital francesa para a estreia do seu longa "O que se Move." Oito de seus curtas entraram na programação da Cinemateca.

Entusiasmado com a experiência, Payen decidiu dar continuidade às projeções. Em janeiro, o mineiro Ricardo Alves Júnior apresentou quatro de seus filmes. No próximo dia 20 de fevereiro, será a vez de Gustavo Beck ("O Inverno de Zeljka"), e Kleber Mendonça Filho ("Electrodomestica.")

O londrinense Rodrigo Grotta encerra a programação, com a trilogia “Satori Uso”, “Booker Pittman” e “Haruo Ohara.”

"Percebi, trabalhando na Semana da Crítica em Cannes, durante nove anos, que havia um dinamismo dos jovens cineastas brasileiros. Isso despertou meu interesse, como programador da Cinemateca : mostrar esse filmes em forma de monografia. O objetivo então é apresentar todos os curtas de um diretor brasileiro durante um ano, de maneira regular", conta Payen.

Despertar o interesse por outras culturas, uma das missões da Cinemateca

A ideia principal, diz, é mostrar a diversidade do cinema brasileiro, inclusive suas diferenças "geográficas." O cinema produzido pelos jovens diretores brasileiros, explica, está dividido em pólos cinematográficos, situados em estados como Pernambuco ou Minas Gerais.

Despertar o interesse por outras culturas, ressalta, é um dos desafios da Cinemateca francesa, já que o espectador médio em geral cresceu habituado à estética do cinema americano.

"É um problema mundial: despertar o interesse das pessoas por filmes que não são americanos ou nacionais, franceses no caso. Esta mostra atrai principalmente um público curioso, que gosta de viajar, de pessoas abertas a outras cultura. Esse público existe, só precisamos encontrá-lo. E Quando ele vêm à Cinemateca, fica feliz de assistir a esses filmes."

Segundo Payen, a mostra dos curta brasileiros chegou para ficar, e a ideia é que a Cinemateca seja um espaço permanente para mostrar a produção do país.

Rodrigo Grotta apresenta curtas inéditos na França

O cineasta londrinense Rodrigo Grotta apresentará pela primeira vez seu trabalho na França, em maio. Seus curtas, premiados inclusive no Festival de Gramado, se inspira de personagens de trajetórias inesperadas que viveram na cidade nos anos 50.

As imagens em preto e branco são inspiradas em grande parte das fotos de "Haruo Ohara", título de um de seus filmes e nome também de um fotógrafo japonês radicado na cidade, povoada em parte por imigrantes japoneses no século 20. O pintor americano Edward Hopper também é uma referência, como explica Rodrigo.

"Dos três curtas, o Haruo Ohara foi o mais bem sucedido em festivais. Isso até me espanta, porque o Haruo não tem praticamente diálogo. O filme é todo silencioso, tem apenas uma fala que a gente encontrou de arquivo do Haruo falando com o filho sobre um autorretrato que ele mesmo fez. A intenção do curta era mostrar o dia-a-dia dele, como encontrava as locações para as fotos, a relação com a família", explica.
 

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