"Amazônia", produção franco-brasileira, estreia nos cinemas na França
Estréia nesta quarta-feira na França o filme "Amazônia Planeta Verde", do diretor francês Thierry Ragobert. A co-produção franco brasileira, filmada em 3D, promete inovar na utilização da nova tecnologia. Apresentado no encerramento do Festival de Veneza, o longa-metragem, qualificado de "docudrama", demorou sete anos para ficar pronto, e teve a consultoria do fotógrafo brasileiro Araquém Alcântara.
Publicado em:
É um roteiro no mínimo original: no filme "Amazônia, Planeta Verde", do diretor Thierry Ragobert, o protagonista é um macaco-prego, Saï. Único sobrevivente de um acidente de avião, ele será obrigado a sobreviver na floresta Amazônica. Sua história é o fio condutor usado para mostrar a vida na floresta como ela é.
O personagem vive grandes aventuras em seu périplo amazônico, na mesma proporção, aliás, que a equipe de filmagem. Durante dois anos, foram inúmeros desafios para concluir as cenas, como contou o diretor ao jornal francês Le Figaro desta terça-feira.
Entre eles, o clima da floresta, onde a umidade do ar pode chegar a 90% e o calor, que muitas vezes ultrapassa os 40 graus. Segundo o diretor, também foi preciso se adaptar aos comportamentos inesperados dos animais. Sem contar os riscos inerentes à filmagem em 3D, como ele explicou ao jornal francês.
"Para uma das sequências com um jaguar, por exemplo, instalamos a equipe dentro de uma jaula para protegê-la, assim tivemos a possibilidade de colocar a câmera a poucos metros do animal. É um grande paradoxo : o animal está livre e a equipe na jaula."
Um dos objetivos era obter as reações dos animais em seu próprio habitat. Para isso, uma equipe foi para a Amazônia preparar as filmagens, e observar o comportamento dos bichos. Eles descobriram, por exemplo , que o jaguar é um animal solitário, capaz de detectar a presença de humanos a quilômetros de distância, e que os macaco-pregos, por exemplo, percorrem 2 quilômetros de distância em média por dia em um espaço de 30 quilômetros quadrados.
Surucucu invade set de filmagem
Sustos também não faltaram durante a produção. O maior deles, conta o diretor, foi a presença inesperada de uma Surucucu Pico de Jaca. Essa cobra, cujo poder do veneno pode matar cinco elefantes, conseguiu driblar os produtores, ultrapassar o perímetro de segurança e entrar no meio do set de filmagem.
Felizmente, nada ocorreu. E como bem diz o diretor, por incrível que pareça, os maiores predadores da floresta não são o jaguar ou as serpentes, mas os cocos que despecam das árvores nas cabeças dos mais desprevenidos.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro