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Istambul, Lyon e Moscou abrigam bienais de arte contemporânea a partir deste mês. Com mais de 100 eventos desse tipo no mundo, a concorrência se tornou acirrada para recrutar os curadores mais respeitados, reunir o maior números de artistas famosos ou atrair o público com obras de grande impacto visual.Clique em "Ouvir" para conferir a reportagem completa.

Detalhe de uma das pinturas do artista brasileiro Thiago Martins de Melo expostas na Bienal de Lyon.
Detalhe de uma das pinturas do artista brasileiro Thiago Martins de Melo expostas na Bienal de Lyon. La Biennale de Lyon
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A Bienal de Istambul emergiu nos últimos anos como uma das mais interessantes do mundo graças ao trabalho de uma série de curadores talentosos, que aproveitaram a posição estratégica da Turquia, um cruzamento cultural onde se encontram Europa, Ásia e Oriente Médio.

Com o sugestivo título "Mamãe, eu sou um bárbaro?", citação de um poeta turco, esta 13ª edição enfoca a noção do espaço público como fórum político e questiona os conceitos de civilização e barbárie.

A curadora turca Fulya Erdemci selecionou 88 artistas e coletivos artísticos, privilegiando territórios historicamente menos representados no campo da arte feita em espaços públicos, como a América Latina, o norte da África e o Oriente Médio.

A exposição combina pioneiros e artistas emergentes. O Brasil tem cinco representantes: os paulistanos Carlos Eduardo Félix da Rocha, o Cadu, e Fernando Piola, a carioca Fernanda Gomes e os mineiros Cinthia Marcelle e Thiago Mata Machado.

Protestos

A ideia inicial dos organizadores era realizar uma série de interferências artísticas em vários espaços públicos de Istambul. Mas depois que os protestos no parque Gezi e na praça Taksim foram violentamente reprimidos pelas forças da ordem em maio e junho, a curadora Fulya Erdemci mudou de ideia. Segundo ela, realizar projetos artísticos com a autorização das mesmas autoridades que não permitem a liberdade de expressão seria contradizer a essência e o objetivo desses projetos.

Por causa dessa decisão, a Bienal teve que encontrar novos espaços para abrigar as obras de arte que deveriam estar instaladas na rua. E isso levou a uma outra inovação: a entrada nos cinco locais de exposição é gratuita. Aberta a partir deste sábado, a Bienal de Istambul pode ser visitada até o dia 20 de outubro.

Narrativa

Poética, perturbadora ou dramática, a narrativa é o fio condutor da 12ª Bienal de Lyon, que desde quinta-feira reúne 77 artistas do mundo inteiro no sudeste da França.

A seleção do curador islandês Gunnar Kvaran tem figurões do mercado da arte, como os americanos Jeff Koons e Matthew Barney e a japonesa Yoko Ono. Mas ele também apostou nos jovens artistas de países emergentes.

Entre eles estão cinco brasileiros: o carioca Gustavo Speridião, o maranhense Thiago Martins de Melo, o alagoano Jonathas de Andrade, o paulista Paulo Pjota e o mineiro Paulo Nazareth. Esses artistas ilustram a variedade de gêneros da Bienal, apresentando obras conceituais, performance, pintura figurativa e trabalhos inspirados na arte das ruas.

"A Bienal de Lyon é acima de tudo uma bienal de autores. Então não há países convidados, mas somente uma grande exposição internacional ligada a toda uma programação local. Eu diria que a grande especificidade dessa bienal é que ela é profundamente enraizada na cidade, na região e mesmo na vida cotidiana das pessoas de Lyon", explicou à RFI Brasil o curador Gunnar Kvaran.

Na intensa programação cultural que acompanha a exposição principal, um projeto simboliza esse enraizamento local. Durante quatro meses, mais de 70 famílias da periferia de Lyon vão ter em casa uma obra de um dos artistas da exposição internacional. Ao final, elas vão criar a partir dessa experiência sua própria narrativa.

Espaço e tempo

A curadora belga Catherine de Zegher, que foi co-diretora da última edição da Bienal de Sidney, é a responsável pela exposição principal da 5ª Bienal de Moscou.

O evento começa na próxima sexta-feira, 20 de setembro de 2013, com o tema "Mais Luz" e a ambição de explorar as mudanças nos conceitos de espaço e tempo na era da globalização.

Artistas de 40 países, muitos dos quais serão expostos na Rússia pela primeira vez, compõem a exposição apresentada no espaço cultural Manege, perto do Kremlin, até o dia 20 de outubro. Uma programação paralela propõe uma série de exposições, performances e conferências. E de 18 a 22 de setembro acontece ainda a Feira Internacional de Arte de Moscou.

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