Costa do Marfim é primeiro grande desafio da seleção brasileira
O segundo jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo, neste domingo contra a Costa do Marfim no estádio Soccer City, em Johanesburgo, deve representar o primeiro grande teste para a equipe de Dunga, já que a equipe africana é considerada uma das candidatas a ficar com uma das vagas do grupo G. O treinador do Brasil elogiou o futebol "organizado" e a qualidade técnica e física dos jogadores marfinenses.
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Elcio Ramalho, enviado especial à Johanesburgo
Superada a tensão da estreia e a retranca da Coreia do Norte, a seleção brasileira deve encarar pela segunda rodada do Mundial um adversário que também tem como uma de suas principais características o sistema defensivo, mas também que aposta no poder de seu ataque, comandado por um dos maiores jogadores do continente africano, o centro-avante Didier Drogba.
O treinador brasileiro mostrou preocupação com o porte físico da seleção marfinense que pode fazer, segundo ele, uma grande diferença nas bolas aéreas. "Teremos que ser mais versátil e ágil para conseguir superar (essas jogadas)", disse Dunga.
Depois de ter visto o jogo de estreia da Costa do Marfim contra Portugal, Dunga chegou à conclusão de que o adversário deste domingo marca bem e que, depois da chegada do treinador sueco Sven Goran Eriksson, desenvolveu uma "boa organização" de jogo.
"Eles têm jogadores de qualidade técnica e de velocidade também e vão querer jogar também e procurar espaço como o Brasil. Eu não acredito que vai ser (um jogo) defensivo, mas todos vão tomar seus cuidados e vão procurar o gol", disse o treinador brasileiro.
Para Dunga essa é uma Copa do Mundo em que tendo oportunidade, tem que "definir com eficiência porque serão poucas chances criadas".
As declarações foram dadas durante a entrevista coletiva deste sábado realizada na véspera do jogo contra a Costa do Marfim. Para cumprir o compromisso da Fifa, a entrevista coletiva no estádio Soccr City, Dunga teve que deixar às pressas o treinamento das seleção brasileira na Sthinthians High School, na região norte de Johanesburgo.
Normalmente o Brasil deveria ter feito um reconhecimento do gramado do local da partida deste domingo, mas a FIFA decidiu suspender a programação no local para preservar o gramado do estádio.
Dunga não se opôs, mas lamentou a decisão da Fifa anunciada na sexta-feira à noite. "Lógico que a gente gostaria de treinar, mas é uma precaução; esse estádio vai até a final então, quanto mais preservar ele (o gramado) para os jogos, para o espetáculo é melhor", disse.
Questionado sobre uma eventual repetição das mudanças feitas na partida de estreia, quando Kaká foi substituído por Nilmar e Robinho foi orientado a recuar para armar jogadas no meio campo, Dunga, descartou qualquer alteração precipitada. "Preciso ver o jogo para ver o que vai acontecer. Você não começa uma partida com uma substuição definida", comentou Dunga. "Para cada jogo temos várias opções e vou escolher qual achar melhor", avisou.
Didier Drogba
A delegação brasileira anunciou que em uma reunião técnica com a Fifa, antes da partida, iria expor a preocupação com a proteção usada pelo atacante Didier Drogba para proteger a lesão de seu ante-braço. "Se a proteção do atacante tiver componentes metálicos teoricamente ela não pode ser usada", disse o médico da seleção, José Luiz Runco.
Drogba, que entrou no segundo tempo do jogo de estreia dos marfineses contra Portugal, deve ser escalado como titular na partida contra o Brasil, embora o treinador Sven Goran Eriksson procure fazer mistério sobre a presença do jogador desde o início do jogo. "Vai depender do departamento médico", garante o treinador sueco. Eriksson também defendeu a eventual entrada do jogador com a proteção usada por Drogba.
"Não é perigoso. A Fifa e o juiz do primeiro jogo contra Portugal estimaram que não era perigoso. Não há motivo para que não seja a mesma coisa no jogo contra o Brasil. Tenho confiança que o juiz vai deixá-lo jogar", disse o treinador da Costa do Marfim.
O maior jogador da seleção africana preocupa particularmente o técnico Dunga ? Não. "A gente não tem que marcar só o Drogba e sim toda a equipe. A gente sabe da qualidade dele, do potencial, mas temos que marcar todos os atacantes. Não podemos pensar em um único jogador", afirmou o treinador brasileiro.
Sonho possível
Para o zagueiro marfinense Siaka Tiéné, jogar contra o Brasil é um sonho de infância: "Desde pequeno sonhava em jogar uma Copa do Mundo e contra o Brasil. Agora chegou a hora. Isso nos dá confiança, mas vai ser preciso jogar muito. É um grande prazer para nós jogar contra eles", disse, ao lado do treinador Eriksson na coletiva no estádio Soccer City, no sábado.
O técnico da Costa do Marfim garantiu que sua equipe está pronta para encarar a equipe número 1 do ranking da Fifa."Temos trabalhado muito e feito o possível para nos preparmos para jogar contra o Brasil. Claro que sonhamos, esperamos ter um resultado positivo contra o Brasil", disse Eriksson que resumiu as chances de sua equipe vencer ou mesmo empatar com a seleção brasileira: "é difícil mas é possível".
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