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Nobel/Física

Nobel de Física descarta migração da humanidade para um exoplaneta

O caçador de exoplanetas, Michel Mayor, que recebeu o Prêmio Nobel de Física na terça-feira (8), alertou nesta quarta-feira (9) que não se deve esperar que um dia a humanidade possa migrar para um outro planeta. O cientista suíço foi recompensado, juntamente com o colega Didier Queloz, e com o canadense-americano James Peebles, por suas pesquisas em astronomia e cosmologia.

Imagem criada reproduzindo como poderia ser a superfície de um exoplaneta.
Imagem criada reproduzindo como poderia ser a superfície de um exoplaneta. AFP PHOTO / ESO/M. Kornmesser/spaceengine.org
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Mayor e Queloz, dois pesquisadores suíços da Universidade de Genebra descobriram, em 1995, o primeiro exoplaneta que orbita estrelas do tipo solar. O estudo pioneiro, que abriu caminho para outras descobertas, confirmou a existência de planetas parecidos com a Terra e ajudou a compreendê-los.

Mas esses planetas são raros e muito distantes, difíceis de serem alcançados, disse o vencedor do Nobel de física Michel Mayor. Além disso, ele afirma que ninguém poder oferecer ainda probabilidade de vida em outro lugar no Universo. Leia a entrevista realizada pela AFP à margem de uma conferência perto de Madri.

Como é a pesquisa que foi recompensada com Nobel?

Mayor: "Há 24 anos, juntamente com um dos meus colegas (Didier Queloz, também premiado), descobrimos o primeiro planeta que girava em torno de uma estrela (parecida com o Sol). Era uma pergunta antiga debatida pelos filósofos: existem outros mundos no Universo? Desde então, cerca de 4.000 (exoplanetas) ou mais foram descobertos. Buscamos os planetas mais próximos (de nós), que possam se parecer com a Terra. Juntamente com meu colega, começamos essa busca e mostramos que era possível estudá-los."

Existe vida em outra parte do Universo?

Mayor: "Na Via Láctea, temos certeza de que existem muitos planetas rochosos com uma massa semelhante à da Terra e a uma determinada distância (da estrela) que a temperatura seria adequada para o desenvolvimento da química da vida, mas não sabemos mais nada. Ninguém pode oferecer uma probabilidade de vida em outro lugar. Alguns cientistas dizem que, se todas as condições forem reunidas, a vida emergirá por conta própria, em uma espécie de emergência natural das leis do Universo. Mas outros dizem: 'Não, não é verdade, é muito mais complicado'. Não sabemos nada. A única maneira de conhecer é desenvolver técnicas que nos permitam detectar a vida à distância. A próxima geração terá que responder a essa pergunta!"

A humanidade poderá migrar para outro planeta?

Mayor: "Se falarmos sobre planetas extra-solares, deixemos as coisas claras: não migraremos para eles. Esses planetas estão muito, muito distantes. Mesmo no caso muito otimista de um planeta habitável não muito distante, digamos algumas dezenas de anos-luz, o tempo para chegar lá é considerável. Seriam centenas de milhões de dias com os meios atuais. Vamos prestar atenção ao nosso planeta. Ele é muito bonito e ainda bastante habitável. (...) Todas as declarações do tipo 'Um dia iremos a um planeta habitável se a vida não for mais possível na Terra' devem ser descartadas. É algo completamente louco".

(Com informações da AFP, recolhidas por Thomas Perroteau)

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