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Espermatozoides/pele

Cientistas espanhóis criam espermatozoides a partir de células da pele

Cientistas de Valência (leste da Espanha) conseguiram criar, a partir de células da pele, espermatozoides humanos que, embora sejam incapazes de fertilização, representam um passo importante na resolução de problemas de fertilidade. A explicação foi dada nesta quarta-feira (27) pelos pesquisadores à AFP.

Cientistas espanhois criam espermatozoide a partir de células da pele.
Cientistas espanhois criam espermatozoide a partir de células da pele. infert.com.br
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O problema atinge cerca de 15% dos casais no mundo todo: a impossibilidade de gerar filhos, tendo como única opção a doação de óvulos ou de esperma de terceiros. "Mas todo mundo quer ter filhos geneticamente próprios", declarou Carlos Simón, diretor científico do Instituto de Infertilidade de Valência (IVI).

"O que acontece quando uma pessoa que quer uma criança carece de gametas (células reprodutivas, ovócitos ou espermatozoides)? É isso que queremos resolver: criar gametas nas pessoas que não os possuem", afirmou Simon.

O estudo, realizado pelo IVI em colaboração com a Universidade Americana de Stanford, foi publicado na terça-feira (26) na revista Scientific Reports. Os pesquisadores foram inspirados pela técnica de reprogramação celular concebida pelo japonês Shinya Yamanaka e pelo britânico John Gurdon, premiados em 2012 com o Prêmio Nobel de Medicina, para converter células adultas em células-tronco.

Espermatozoide criado a partir de pele ainda é imaturo

O grupo espanhol conseguiu reprogramar diretamente as células maduras da pele introduzindo nelas um coquetel de genes essenciais para a criação de gametas. Em um mês, a célula começa a ser modificada até obter o perfil próprio de uma célula germinal, o tipo responsável pela formação de ovócitos e espermatozoides, mas ainda incapaz de fecundar. "É um espermatozoide, mas precisa de uma fase de maior maturidade para se tornar um gameta competente. É apenas o começo", disse Simon.

Os pesquisadores ainda estão longe de atingir o êxito de alguns cientistas chineses, que produziram neste ano ratos a partir de espermatozoides artificialmente criados e injetados em um óvulo, que, por sua vez, foi implantado em uma fêmea.

"Com a espécie humana, teremos de fazer muitos testes porque daqui nascerá uma criança", declarou o cientista espanhol.

Além disso, há empecilhos legais para os pesquisadores de Valência: para continuar o desenvolvimento da técnica deverão criar embriões artificiais, algo que só é permitido em alguns países como a Inglaterra, onde pretendem continuar a pesquisa. "Estamos falando de um projeto a longo prazo", disse Simon.
 

(com informações da AFP)

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