Acessar o conteúdo principal
Saúde/ epidemia

Pesquisadores franceses desvendam genoma do zika vírus pela 1ª vez

Os pesquisadores do Instituto Pasteur da Guiana Francesa realizaram a primeira análise genética completa do zika vírus, responsável por um surto sem precedentes no continente americano, principalmente no Brasil. O objetivo é entender melhor a evolução deste vírus em rápida expansão.

Uma micrografia eletrônica mostrando o vírus Zika
Uma micrografia eletrônica mostrando o vírus Zika REUTERS/CDC/Cynthia Goldsmith/Handout
Publicidade

A análise do genoma completo do vírus mostra que ele apresenta uma semelhança "quase completa" com as estirpes que causaram a epidemia ocorrida em 2013 e 2014 no oceano Pacífico, de acordo com este estudo, recém-publicado na revista médica The Lancet. "Até o momento, poucas sequências completas deste vírus e nenhuma da estirpe que circula atualmente na América do Sul e América Central estavam disponíveis", disse Dominique Rousset, chefe do laboratório de virologia e do Centro Nacional de Referência de arbovírus no Instituto Pasteur da Guiana.

Os primeiros casos de zika foram confirmados em maio de 2015 no Brasil, que sofreu a maior epidemia já descrita, com de 440 mil a 1,3 milhão de casos suspeitos notificados pelas autoridades sanitárias do país, segundo o instituto. "Este é um ponto de partida para compreender melhor a evolução de seu comportamento", acrescentou.

Particularidade do Brasil: microcefalia fetal

No Brasil, um aumento muito significativo do número de microcefalia fetal, cujas mães foram infectadas durante a gravidez, foi observada. O zika vírus se espalhou rapidamente nas Américas (Colômbia, México, Venezuela, Honduras) e no Caribe. A infecção, até recentemente considerada como benigna, foi seguida por um aumento de complicações neurológicas graves, tais como síndrome de Guillain-Barré, que pode causar paralisias geralmente reversíveis, e má formação neurológica congênita.

"Nós nos esforçamos para entender melhor esse vírus e compreender a sua evolução, o que passa principalmente pelo reforço das ferramentas de diagnóstico", indica a cientista Rousset, em um comunicado conjunto dos institutos Pasteur da Guiana e de Paris.

Pesquisas sobre resistência a inseticida

Atualmente, foram confirmados 17 casos na Guiana e três na Martinica, territórios franceses ultramarinos. O instituto Pasteur da Guiana reforçou as pesquisas sobre o vírus devido à rápida expansão do zika vírus, e estuda a resistência aos inseticidas do mosquito Aedes aegypti, que pode transmiti-lo. O mosquito também é o transmissor da dengue e da febre Chikungunya.

O instituto Pasteur de Paris conduz pesquisas para melhor avaliar o risco de introdução do vírus na metrópole francesa, na Europa.

Com informações AFP
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.