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Pesquisadores alertam para rapidez do derretimento de geleiras do Himalaia

As geleiras do Himalaia estão derretendo em um ritmo sem precedentes devido às mudanças climáticas e ameaçam o abastecimento de água de quase dois bilhões de pessoas, de acordo com um estudo científico publicado na terça-feira (20).

O Monte Evereste, o pico mais alto do mundo, e outros picos da cordilheira dos Himalaias são vistos através da janela de um avião durante um voo de montanha a partir de Katmandu, no Nepal, em 15 de janeiro de 2020.
O Monte Evereste, o pico mais alto do mundo, e outros picos da cordilheira dos Himalaias são vistos através da janela de um avião durante um voo de montanha a partir de Katmandu, no Nepal, em 15 de janeiro de 2020. REUTERS - Monika Deupala
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Entre 2011 e 2020, as geleiras derreteram 65% mais rápido do que na década anterior, de acordo com o estudo do Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado de Montanhas (ICIMOD).

"Com o aquecimento, o gelo vai derreter, isso era previsível. Mas o que é inesperado e muito preocupante é a velocidade", disse à AFP o principal autor do estudo, Philippus Wester.

"Está indo muito mais rápido do que pensávamos", disse ele.

As geleiras da região de Hindu Kush e do Himalaia são uma fonte crucial de água para cerca de 240 milhões de pessoas nas regiões montanhosas, bem como outros 1,65 bilhão de pessoas nos vales abaixo, diz o relatório.

Com base nas trajetórias atuais de emissões, as geleiras podem perder até 80% de seu volume atual até o final do século, estimou o ICIMOD, organização intergovernamental com sede no Nepal e cujos países membros também são Afeganistão, Bangladesh, Butão, China, Índia, Birmânia e Paquistão.

Fonte de alimento e energia

As geleiras do Himalaia alimentam 10 das bacias hidrográficas mais importantes do mundo, incluindo Ganges, Indo, Rio Amarelo, Mekong e Irrawaddy, e direta ou indiretamente fornecem alimentos, energia e renda para bilhões de pessoas.

"Dois bilhões de pessoas na Ásia dependem da água das geleiras e da neve. As consequências de perder essa criosfera (zona congelada) são impensáveis", disse Izabella Koziell, vice-chefe do ICIMOD.

Mesmo que o aquecimento global seja limitado entre 1,5°C a 2°C acima dos níveis pré-industriais acordados no Tratado do Clima de Paris, espera-se que as geleiras percam entre um terço e metade de seu volume até 2100, segundo o estudo.

“Isso ressalta a necessidade de uma ação climática urgente”, disse Wester. “Cada pequeno aumento terá um grande impacto e nós realmente precisamos trabalhar para mitigar as mudanças climáticas”.

(com AFP)

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