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Europa repercute a prisão, no Brasil, de dois suspeitos de planejar ataques contra a comunidade judaica do país

Sites de notícias da Europa repercutem nesta quinta-feira (9) a prisão de dois suspeitos de planejar ataques terroristas no Brasil. Os dois homens teriam ligação com o grupo armado libanês Hezbollah e planejariam atentados contra alvos judaicos no país.

Policiais federais prendem dois suspeitos de planejar atos terroristas
Policiais federais prendem dois suspeitos de planejar atos terroristas AFP - CARL DE SOUZA
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O jornal francês Le Parisien lembra que as prisões ocorrem em um momento em que há um aumento de atos antissemitas no mundo. O diário destaca que os dois suspeitos foram detidos em São Paulo, em uma operação da Polícia Federal em parceria com o Mossad, o serviço de inteligência israelense.

Le Parisien ressalta que o Brasil abriga a segunda maior comunidade judaica da América Latina, com 107 mil pessoas, e a Argentina a primeira, com 250 mil judeus. A matéria reitera que Buenos Aires foi palco de dois atentados antissemitas há quase três décadas, um contra a embaixada de Israel, que deixou 29 mortos, em 1992, e outro contra uma associação judaica, em que morreram 85 pessoas, dois anos depois.

O site do jornal britânico The Guardian indica que a polícia brasileira também investiga pistas de que o Hezbollah estaria recrutando voluntários para perpetrar ataques antissemitas no país. Um dos suspeitos foi detido ao desembarcar na segunda-feira (7) no aeroporto de Guarulhos (SP), vindo do Líbano, com a missão de repassar informações sobre a organização de atentados no Brasil.

O jornal espanhol El País publica que as identidades dos suspeitos não foram reveladas, mas os dois são brasileiros. Citando a nota da Polícia Federal, o diário destaca que operações de busca e apreensão ocorreram em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal. Os nomes de dois outros suspeitos, que estão no Líbano e têm dupla nacionalidade, foram repassados à Interpol. Eles também tiveram prisão decretada no Brasil. 

Presença do Hezbollah na tríplice fronteira

O Mossad informou, por meio de nota, que colaborou com os serviços de segurança brasileiros e agências internacionais para "frustrar um ataque terrorista no Brasil". O ataque era "planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigido e financiado pelo regime iraniano", continuou o texto.

A "célula terrorista" planejava um ataque contra "alvos israelenses e judeus no Brasil" e era "uma rede ampla que operava em outros países", acrescentou, sem dar mais detalhes.

Especialistas em segurança investigaram recentemente a suposta presença do Hezbollah na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. "No contexto da guerra em Gaza (...) o Hezbollah e o regime iraniano continuam operando ao redor do mundo para atacar alvos israelenses, judeus e ocidentais", disse o Mossad.

As prisões ocorrem pouco mais de um mês após o início do conflito entre Israel e o Hamas, depois que combatentes do grupo islamita palestino mataram 1,4 mil pessoas e sequestraram mais de 200 em território israelense, de acordo com o balanço de Israel.

O ataque, o mais letal desde a criação do Estado de Israel, em 1948, desencadeou uma campanha de bombardeios contra o território palestino, governado pelo Hamas desde 2007. Do lado palestino, pelo menos 10.569 pessoas, a maioria civis, entre as quais mais de 4 mil crianças, morreram nos bombardeios israelenses, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) manifestou sua "enorme preocupação" com o caso. "O terrorismo, em todas as suas vertentes, deve ser combatido e repudiado por toda a sociedade brasileira", escreveu em nota. "Os trágicos conflitos do Oriente Médio não podem ser importados ao nosso país, onde diferentes comunidades convivem de forma pacífica, harmoniosa e sem medo do terrorismo", acrescentou.

Com AFP

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