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Le Monde publica perfil de Henrique Vieira, deputado e pastor evangélico de esquerda, "fenômeno no Brasil"

O site do jornal Le Monde publica nesta quinta-feira (20) um perfil do pastor Henrique Vieira, "evangélico e de esquerda", diz o título da matéria assinada por Bruno Meyerfeld, correspondente do diário no Rio de Janeiro. O texto destaca que o teólogo e deputado federal de 36 anos é favorável à laicidade, à legalização da maconha e à descriminalização do aborto, e tem a missão de atrair fiéis conservadores.

O pastor Henrique Vieira (Psol).
O pastor Henrique Vieira (Psol). © Pablo Valadares / Câmara dos Deputado
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Meyerfeld foi até a igreja Caminho, localizada no bairro Saúde, centro do Rio, em um domingo conversar com o pastor Henrique Vieira, responsável por ministrar o culto naquele dia. Descrito como "um fenômeno no Brasil", a matéria afirma que no lugar de pregar exorcismos ou milagres aberrantes, em seus discursos, o religioso cita filmes e poetas e prega "o amor infinito" de Jesus. 

Segundo Le Monde, o pastor, eleito deputado federal pelo PSOL, "encarna as esperanças da esquerda brasileira entre os evangélicos", uma comunidade que - lembra a matéria - representa um terço da população brasileira. "Segundo algumas pesquisas, até 70% deles teriam votado a favor da extrema direita de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2022", reitera o texto.

Pastor, socialista e negro 

Henrique Vieira tenta fazer frente à essa tendência, inspirado por Martin Luther King, Dom Hélder Câmara e Frei Betto, assumindo-se pastor, socialista, negro e contra a corrente de líderes evangélicos milionária e radical. Visto pela esquerda brasileira como um novo rosto do progressismo, o deputado "não faz apenas amigos", diz Le Monde.

Para as lideranças neopetencostais bolsonaristas, como Marco Feliciano e Sóstenes Cavalcante, entrevistados pelo correspondente do diário no Rio, Henrique Vieira não passa de "um esquerdista fanático" que prega "um ateísmo marxista". 

O jornal que lembra que 62% dos evangélicos desaprovam a gestão Lula, há um longo caminho a ser percorrido para abrir o diálogo com esses fiéis. O governo conta atualmente com três ministros evangélicos num total de 37: uma prova, para Henrique Vieira, de que a esquerda precisa urgentemente trabalhar para compreender essa comunidade. "Nenhum projeto popular pode vencer no Brasil tratando a fé cristã como inimiga", diz o pastor ao jornal Le Monde

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