Após vitória de Lula, Noruega vai retomar ajuda financeira contra desmatamento da Amazônia
A Noruega retomará a ajuda financeira contra o desmatamento da Amazônia no Brasil, que foi interrompida durante a presidência de Jair Bolsonaro. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (31) pelo ministro norueguês do Meio Ambiente, Espen Barth Eide, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial brasileira.
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"Em relação a Lula, nós observamos que durante a campanha ele enfatizou a preservação da floresta amazônica e a proteção dos povos indígenas da Amazônia", declarou."Por isso estamos ansiosos para entrar em contato com suas equipes, o mais rápido possível, para preparar a retomada da colaboração historicamente positiva entre Brasil e Noruega", acrescentou.
O país escandinavo, principal fornecedor de recursos para a proteção da floresta amazônica, suspendeu sua ajuda ao Brasil em 2019, ano em que Bolsonaro assumiu a presidência.
Durante o governo do líder de extrema-direita, o desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 70%, um índice "escandaloso" nas palavras de Barth Eide, que disse que seu país entrou em um "confronto frontal" com Bolsonaro sobre a questão. Dados oficiais também mostram que os incêndios na floresta até agora, em 2022, já superam os registrados em todo o ano de 2021.
De acordo com o ministro, 5 bilhões de coroas norueguesas (U$S 482 milhões de dólares) aguardam para serem utilizados no fundo de preservação da floresta amazônica.
Lula, presidente entre 2003 e 2011, afirmou no domingo (30), após o anúncio de sua vitória no segundo turno da eleição presidencial, que o Brasil está disposto a ser protagonista na luta contra a mudança climática e destacou que o planeta precisa de uma "Amazônia viva".
Para isso, o governo de Lula também deverá dar meios aos organismos de monitoramento para que possam supervisionar o desmatamento na Amazônia. Nos últimos anos, as organizações foram submetidas a cortes de crédito e à impunidade de todos os tipos de traficantes que atuam na região.
Acordo Mercosul
A questão da proteção da Amazônia também está no centro do debate do acordo entre a UE (União Europeia) e o Mercosul. O tratado comercial entre a UE e o Mercosul vem sendo negociado há décadas e registra poucos avanços desde 2019. O projeto encontrou reticências ao longo do tempo, com fortes embates entre Brasil e França pela preservação da Amazônia.
"Mesmo para a proteção dos ecossistemas, é melhor que haja obrigações mútuas do que não haja. É melhor um acordo do que um não acordo", disse o chefe da diplomacia europeia Josep Borrell no final de agosto, a respeito das negociações. O representante europeu elogiou a emissão de um bônus verde uruguaio, que vincula pela primeira vez a rentabilidade do capital ao comportamento ambiental do país.
(Com informações da AFP)
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