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Jornal francês diz que flexibilização de armas no Brasil será um dos principais legados de Bolsonaro

O jornal La Croix desta sexta-feira (23) traz uma reportagem do enviado especial ao Rio de Janeiro, Gilles Biassette, na qual afirma que, ao longo de seu governo, o chefe de Estado brasileiro fez da liberação do porte de armas uma prioridade. Sob o título "Armas de fogo, legado de Jair Bolsonaro", o texto observa que "a quantidade de licenças entregues foi multiplicada por seis durante a atual presidência, o que, em um momento de eleição, é uma grande preocupação".

O presidente Jair Bolsonaro durante sua posse, em 1° de janeiro de 2019, faz o gesto de armas com as mãos ao lado de sua esposa, primeira-dama Michelle Bolsonaro, após sua cerimônia de juramento em Brasília, Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro durante sua posse, em 1° de janeiro de 2019, faz o gesto de armas com as mãos ao lado de sua esposa, primeira-dama Michelle Bolsonaro, após sua cerimônia de juramento em Brasília, Brasil. AP - Andre Penner
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O repórter do La Croix visitou um clube de tiro na Barra da Tijuca, um negócio que "vai de vento em popa" desde que Bolsonaro assumiu o poder, diz. Em 2019, o país contava com menos de 200 clubes de tiro; hoje, são cerca de dois mil. "Em menos de quatro anos, o número de brasileiros que obtiveram uma licença para o porte de armas passou de 120 mil para 700 mil", destaca a matéria. 

Tudo isso graças a Bolsonaro, que assinou cerca de 20 decretos em nome da legítima defesa. La Croix lembra que, embora o presidente não tenha conseguido modificar a lei sobre o porte de armas, ele ampliou as autorizações para a concessão de licenças, como para praticar tiro esportivo em clubes. 

La Croix ressalta que o presidente protagonizou uma "virada radical" neste tema, já que "desde o início do século, o país lutava contra as armas de fogo". Desde 2003, por exemplo, era necessário comprovar ser alvo de uma ameaça  para ser autorizado a se armar. Mas percepção sobre a questão mudou no país junto com o aumento do poder do lobby das armas nos Estados Unidos, explica o diário. 

No entanto, para o jornal, "a paixão pelos grandes e pequenos calibres" no Brasil é preocupante com a aproximação das eleições de outubro, com uma campanha que ocorre sob uma forte polarização política. Para evitar fatalidades e tentar diminuir a aquisição de armas de fogo no período que antecede a votação, "a Justiça federal suspendeu alguns decretos de Bolsonaro", destaca o jornal.

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