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Bolsonaro é responsabilizado por desaparecimento de Dom Philips e Bruno Pereira, destaca imprensa francesa

A imprensa francesa segue dando destaque nesta quinta-feira (16) às investigações sobre o desaparecimento do jornalista britânico Dom Philips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, no Vale do Jaguari, estado do Amazonas. Os jornais apontam que o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, é acusado de ter abandonado a Amazônia aos criminosos. 

Um manifestante segura uma placa durante um protesto contra o governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, do presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) Marcelo Augusto Xavier da Silva e pela busca do jornalista britânico Dom Phillips e do especialista indígena Bruno Pereira, que desapareceu na floresta amazônica perto da fronteira com o Peru, em Brasília, Brasil, 15 de junho de 2022.
Um manifestante segura uma placa durante um protesto contra o governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, do presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) Marcelo Augusto Xavier da Silva e pela busca do jornalista britânico Dom Phillips e do especialista indígena Bruno Pereira, que desapareceu na floresta amazônica perto da fronteira com o Peru, em Brasília, Brasil, 15 de junho de 2022. REUTERS - UESLEI MARCELINO
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O correspondente do jornal Le Monde no Brasil, Bruno Meyerfeld, relata a descoberta de restos humanos enterrados perto do Rio Itaquaí, onde Dom e Bruno foram vistos navegando antes de desaparecerem. O diário destaca a coletiva de imprensa na quarta-feira (15) da Polícia Federal, que afirmou que o material encontrado ainda precisa ser analisado, mas "não restam muitas dúvidas" sobre a identidade deles, afirma a matéria.

Le Monde também ressalta que um dos suspeitos, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, declarou ter participado do assassinato e teria descrito detalhes do crime e de como os corpos foram enterrados. A matéria aponta para uma "imensa desorganização das equipes de busca" e a hesitação das Forças Armadas em ir até o vale do Jaguari participar dos trabalhos.

"Foi necessário uma vasta mobilização midiática e a intervenção em urgência da Defensoria Pública da União para que a polícia e a Marinha utilizassem helicópteros e barcos nas investigações no local", publica Le Monde

Comoção internacional

Libération lembra a comoção internacional gerada pelo caso e diz que a pergunta "onde estão Dom Philips e Bruno Pereira?" foi feita de Londres a Atalaia do Norte, cidade onde o jornalista e o indigenista foram vistos pela última vez em 5 de junho.  

O jornal afirma que o mistério teve eco em Brasília, onde "o presidente Jair Bolsonaro é acusado de ter abandonado a Amazônia aos criminosos". A hostilidade do líder da extrema direita brasileira em relação aos povos nativos e sua defesa da exploração das terras indígenas - atividade frequentemente relacionada a violências - alimentam as tensões, ressalta o jornal. 

A matéria sublinha que até 2019, quando Bolsonaro assumiu a presidência, o próprio Bruno Pereira era coordenador na Funai de grupos étnicos isolados. "Sinal dos tempos, ele foi exonerado depois de ter participado de uma ação de apreensão de balsas utilizadas por garimpeiros na região", publica Libé.

Declarações polêmicas de Bolsonaro

O site do jornal Le Figaro também dá destaque ao caso, ressaltando as declarações polêmicas de Bolsonaro sobre o desaparecimento de Dom e Bruno, na viagem pela Amazônia que classificou de "uma aventura não recomendada". O presidente brasileiro também afirmou que o jornalista britânico era "mal visto" na região e deveria ter redobrado os cuidados.

O diário também dá espaço à reação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à eleição neste ano. No Twitter, o líder da esquerda lamentou que Dom e Philips morreram por defender as terras indígenas e o meio ambiente. "O Brasil não pode ser isso", tuitou Lula. 

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