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Brasil está na lanterna de ranking de países mais eficazes no combate à Covid-19

O Brasil aparece nas últimas posições de um ranking que avalia o nível de segurança e o fator de risco para o coronavírus. A classificação foi realizada pelo Deep Knowledge Group, um consórcio de empresas e organizações sem fins lucrativos, que analisou 200 nações.

O ministro interino da Saúde do Brasil, Eduardo Pazuello, em frente ao Palácio da Alvorada, em 9 de junho de 2020.
O ministro interino da Saúde do Brasil, Eduardo Pazuello, em frente ao Palácio da Alvorada, em 9 de junho de 2020. REUTERS - ADRIANO MACHADO
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Valéria Maniero, correspondente da RFI na Suíça

Em 91º lugar, o Brasil fica atrás do Sri Lanka, Bangladesh e Mongólia. Com uma pontuação de 470, figura entre os que estão no terceiro pior nível de segurança – de um total de quatro –, muito atrás da Suíça, que foi considerado o país mais seguro no mundo em se tratando de Covid-19. O Sudão do Sul aparece em último lugar. Já a França está na 60ª posição.

"Algumas das maiores regiões econômicas da América do Sul, como o Brasil, têm sido comparativamente lentas para impor medidas de lockdown por medo de repercussões econômicas e, no final de maio, viram rápidos aumentos nas taxas de crescimento de Covid-19, com o Brasil subindo em um período muito curto de tempo para a segunda posição no mundo em número total de casos", diz o relatório “Avaliação de Segurança Regional da Covid-19”, de 250 páginas, da Deep Knowledge Group.

A pontuação de 470 do país foi obtida somando os números de seis categorias analisadas (eficiência de quarentena, eficiência governamental, monitoramento e detecção, prontidão para cuidados de saúde, resiliência regional e preparação para emergências).

Os 100 primeiros países de um ranking de 200 realizado pelo Deep Knowledge Group, que avaliou o nível de segurança e o fator de risco para o coronavírus.
Os 100 primeiros países de um ranking de 200 realizado pelo Deep Knowledge Group, que avaliou o nível de segurança e o fator de risco para o coronavírus. © Deep Knowledge Group
Também foram feitos rankings com 100 países para cada uma dessas modalidades. O Brasil ficou na lanterna em três deles: eficiência governamental (99º lugar), somente à frente do Paraguai; preparação para emergência (98º), só perdendo para Camboja e Laos; e 91º em monitoramento e detecção.

Os 200 países analisados foram separados em quatro grupos. O Brasil está no terceiro, onde figuram aqueles que “deveriam ter pontuado bem dado os seus recursos de saúde, governamental e gestão de crises, mas que, na prática, se classificaram muito abaixo do esperado (ou seja, territórios que falharam no teste de estresse crítico, mas que tinham capacidade teórica de superá-lo)”.

O Brasil contabiliza atualmente 38.497 mortos por coronavírus e o número de casos confirmados passa de 742 mil, de acordo com o consórcio de imprensa.

Suíça e Alemanha estão no topo

De acordo com o estudo, Suíça e Alemanha alcançaram, respectivamente, a primeira e a segunda posições do ranking devido à resiliência de suas economias e pela maneira cuidadosa em que estão tentando relaxar o lockdown, sem sacrificar a saúde pública e a segurança.

“Tanto a Suíça quanto a Alemanha estavam muito próximas dos principais epicentros da propagação inicial do Covid-19 na Europa e experimentaram volumes bastante significativos de disseminação da infecção e mortalidade no início do cronograma geral da pandemia. No entanto, à medida que as taxas de mortalidade e novos casos continuam diminuindo nesses territórios, e à medida que começam a relaxar as medidas de lockdown e reiniciar a atividade econômica, está claro que eles superaram um teste de estresse crítico, conseguindo aplicar esforços de quarentena rápidos e eficientes, monitoramento e detecção, tratamento efetivo, recuperação e liberação de pacientes com COVID-19 para evitar sobrecarga de seus sistemas de saúde”, informa o relatório, baseado em 130 parâmetros qualitativos e quantitativos.

Na Suíça, foram registrados mais de 30 mil casos de coronavírus e o número de mortes passou de 1.600, segundo a OMS. A flexibilização do isolamento, que durou mais de um mês, foi feita em três etapas, com a reabertura de serviços essenciais nos primeiros momentos.

A avaliação do Deep Knowledge Group levou em conta dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Worldometers, Universidade Johns Hopkins e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).

Fila para entrar em salão de cabeleireiro de Genebra, na Suíça, no primeiro dia de reabertura dos comércios, depois de mais de um mês fechados devido à pandemia de coronavírus.
Fila para entrar em salão de cabeleireiro de Genebra, na Suíça, no primeiro dia de reabertura dos comércios, depois de mais de um mês fechados devido à pandemia de coronavírus. © Valéria Maniero - RFI

 

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