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"Bolsonaro não foi um bom menino e merece ficar de castigo", diz Papai Noel mais antigo do Brasil

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A RFI aproveita as festas natalinas para entrevistar Silvio Ribeiro, o Papai Noel mais antigo em atividade no Brasil. Ele comenta o impacto dos tempos de crise em seu trabalho e alfineta o presidente da República, Jair Bolsonaro.

Silvio Ribeiro é Papai Noel profissional há 52 anos.
Silvio Ribeiro é Papai Noel profissional há 52 anos. Reprodução: Claus Produções Artísticas
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Silvio Ribeiro se fantasiou de Papai Noel pela primeira vez ainda criança. Hoje, com 70 anos, ele se orgulha de encarnar profissionalmente o “bom velhinho” há 52 anos.

Durante esse período, ele literalmente fez escola, criando uma instituição que ensina como ser Papai Noel. “Eu comecei a recrutar e dar treinamento para esses senhores que não eram atores. Sem perceber, eu estava criando o primeiro curso de Papai Noel do Brasil. Isso foi em 1976”, relembra Silveira, que se afirma ter formado mais de 1.500 pessoas, ensinando desde a maquiagem e o contato com as crianças até as diferentes entonações do “ho ho ho”, a risada do personagem de Santa Claus.   

Nesses 52 anos de carreira, Silveira diz que sentiu “mudanças radicais” no comportamento das crianças. “Hoje os pequenos ainda pedem carrinhos, bonecas e bicicletas. Mas os maiores pedem viagens à Disney, celulares, e toda a parafernália eletrônica. As meninas também pedem estojos de maquiagem infantil e os meninos pedem drones”, se espanta o Papai Noel brasileiro.

Natal durante a crise

Silveira não nega que seu papel exige muito tato, principalmente diante de situações de precariedade financeira, algo que tem visto com cada vez mais frequência. “Em tempos de crise, é difícil ser Papai Noel para as crianças pobrezinhas, pois elas têm o sonho de ganhar um presente e a gente percebe que ela não vai ganhar, porque às vezes os pais estão desempregados. Há muito desemprego no Brasil atualmente”, lembra.

Mesmo assim, “o Papai Noel dá presente para todas as meninas, os meninos, os adultos e os idosos que sejam bonzinhos”, insiste Silveira, entrando no personagem, poucas horas antes da ceia de Natal. Com uma exceção: o presidente brasileiro, à quem não poupa críticas. “Achei que nosso presidente deveria ficar de castigo e não ganhar presente, pois não foi um bom menino. O nosso presidente merece um puxão de orelhas, pois ele está muito tagarela”, martela.

No entanto, o coração do “bom velhinho” parece ter falado mais alto. “Papai Noel é muito bonzinho, então decidi dar um presente simbólico para Bolsonaro. Afinal, todo mundo ganha algo. Então decidi que ele vai ganhar uma chupeta. Porque quando você dá uma chupeta para uma criança, ela fica com a boca ocupada e fala menos. Para curar a tagarelice, ele ganhará uma chupeta do Papai Noel. Ho ho ho...”

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