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Brasil/Indígenas

Quarto assassinato de indígena Guajajara no Brasil repercute na França

O quarto assassinato de um indígena Guajajara no Maranhão, em seis semanas, repercute na mídia francesa deste sábado (14). A rádio pública Franceinfo menciona a líder Sônia Guajajara que denuncia um “novo crime brutal” contra seu povo. O correspondente da RFI em São Paulo diz que os assassinatos acontecem após a explosão da tensão entre os indígenas, os fazendeiros e os garimpeiros na Amazônia.

A líder Sônia Guajajara (centro) denuncia mais "um crime brutal" contra a etnia Guajajara.
A líder Sônia Guajajara (centro) denuncia mais "um crime brutal" contra a etnia Guajajara. THOMAS SAMSON / AFP
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A vítima, Dorivan Guajajara, de 28 anos, foi assassinada na sexta-feira (13), informa a mídia francesa, citando as autoridades locais. O corpo do indígena foi encontrado em Amarante, uma cidade a 700 quilômetros de São Luís, ao lado do corpo de um outro homem. Os dois foram esfaqueados.

Segundo a polícia do Maranhão, o jovem morreu durante uma briga no final de uma festa. “Os investigadores descartaram imediatamente a tese de um crime ligado ao desmatamento ou a um acerto de contas entre indígenas”, informa o correspondente da RFI, Martin Bernard.

A reportagem lembra que no início do mês passado um primeiro indígena da etnia tinha sido assassinado. Paulo Guajajara, que integrava o grupo de autodefesa “Os Guardiões da Floresta”, morreu em uma emboscada. As duas outras vítimas foram assassinadas na mesma região, na semana passada. “A pressão dos brancos é cada dia mais perceptível”, escreve o correspondente.

Queixa contra Bolsonaro

A reportagem da RFI anuncia que o ministro da Justiça, Sergio Moro, enviou a Força Nacional à terra indígena no Maranhão. Mas a ação não foi suficiente para impedir o Coletivo de Advogados de Direitos Humanos de entrar com queixa no Tribunal Internacional contra Jair Bolsonaro. O grupo acusa o presidente brasileiro de “incitação ao genocídio contra indígenas e crime contra a humanidade”.

A líder Sônia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos indígenas do Brasil (APIB), que está atualmente em Madri participando da COP25, também contesta a versão polícia neste quarto assassinato. De acordo com a rádio Franceinfo, ela denuncia “um contexto de guerra encorajado pelo ódio propagado por uma política fascista do governo de extrema direita de Bolsonaro”.

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