Em Nova York, ativistas protestam em frente à ONU durante discurso de Bolsonaro
Usando camisetas verdes e exibindo um boneco gigante de Bolsonaro e um cartaz com os dizeres "Bolsonaro, uma ameaça à Terra", manifestantes protestaram em frente à ONU durante o discurso do presidente brasileiro, que abriu a Assembleia Geral das Nações Unidas.
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"A Terra está queimando, a Amazônia está queimando, Bolsonaro é um mentiroso!", gritavam durante os protestos.
De Paris, a indígena Célia Xakriaba, reagiu ao discurso de Bolsonaro: “Quando autoriza o armamento no campo, está autorizando matar as nossas lideranças indígenas. Quando flexibiliza a questão ambiental, esta flexibilização tem alvo certeiro: os corpos indígenas”, denuncia.
“Não é apenas a vida dos povos indígenas que está em questão, é a vida da humanidade. Todos os países precisam se engajar. A gente vê a França como uma porta de diálogo com outros países para considerar o que está acontecendo na Amazônia como um crime ecocida da humanidade, e o governo Bolsonaro precisa ser responsabilizado por isso”, disse Xakriaba à RFI.
Ceticismo climático
O presidente brasileiro, um cético em relação às mudanças climáticas e que defende a exploração comercial em áreas de preservação ambiental e indígena, costuma assegurar ao mundo que a situação na Amazônia está sob controle.
Mas o desmatamento dobrou na primeira metade do ano, e os incêndios - causados principalmente por agricultores e madeireiros - quase triplicaram em agosto em relação ao ano anterior, causando uma crise internacional.
O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a propor conceder à Amazônia um "status internacional", uma ideia que ultrajou Bolsonaro e que levou o presidente brasileiro a acusar o colega francês de querer restringir a soberania do Brasil.
Essa foi "uma proposta absurda", disse Bolsonaro na ONU.
Segundo dados oficiais, o desmatamento da Amazônia brasileira praticamente dobrou entre janeiro e agosto, e este ano representa o equivalente a 640.000 campos de futebol.
Encontro com Giuliani confirmado
Após o discurso, Bolsonaro foi diretamente para o Hotel Intercontinenatl Barclay, onde está hospedado, e não falou com a imprensa.
O encontro com o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giulilani, previsto para a tarde desta terça-feira está confirmado. Ainda não está confirmada, porém, a presença de Bolsonaro na recepção que o presidente Donald Trump prepara para os líderes mundiais que estão participando da Assembleia da ONU.
Segundo a assessoria da Presidência, a preocupação é poupá-lo o máximo por questões da saúde dele no momento. Ele volta ao Brasil na noite desta terça-feira.
(Com colaboração de Dagmar Trindade, de Nova York)
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