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Brasil

Libération avalia chances de Marina disputar segundo turno contra Bolsonaro

O atentado contra Jair Bolsonaro aumentou a impressão de que o candidato da extrema direita disputará o segundo turno. Uma vez que ele sai favorecido desse incidente, o jornal Libération volta sua atenção para Marina Silva, segunda colocada nas pesquisas sem o ex-presidente Lula.

A imprensa francesa analisa a campanha eleitoral no Brasil após o atentado contra Jair Bolsonaro e abre espaço para Marina Silva a melhor colocada momentaneamente nas pesquisas para disputar o segundo turno com o candidato da extrema direita.
A imprensa francesa analisa a campanha eleitoral no Brasil após o atentado contra Jair Bolsonaro e abre espaço para Marina Silva a melhor colocada momentaneamente nas pesquisas para disputar o segundo turno com o candidato da extrema direita. Fotomontagem RFI
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Libération lembra que a candidata ecologista, dissidente do PT, legenda que deixou em 2009, faz campanha por uma mudança política e contra a corrupção, sem prometer milagres. Em sua terceira tentativa de chegar ao Planalto, ela se aproxima do eleitorado feminino e tenta dissipar a persistente impressão de ser uma pessoa frágil.

O jornal francês acompanhou Marina em campanha durante 24h, em São Paulo e Mauá, e resume sua trajetória como excepcional, muito semelhante à do ex-presidente Lula, mas sem os escândalos. Dos candidatos com chances de disputar o segundo turno com Bolsonaro, Marina é a única que pode falar diretamente aos pobres, nota a jornalista Helena Chagas, ouvida pela reportagem.

Mulher negra nascida na pobreza, como as mulheres que ouvem suas propostas neste domingo (9) frio no bairro do Capão Redondo, Marina trocou o "marinês rebuscado" para falar de maneira simples e direta. Ela lembrou que foi analfabeta até os 16 anos, depois conseguiu estudar e é a prova viva que todos os brasileiros têm o mesmo potencial, o que falta são as oportunidades.

Ambiguidade pesa contra candidata

Libération registra um diálogo entre Marina e uma pastora evangélica, que cobra da candidata o que ela fará para diminuir a violência doméstica, o uso de pesticidas e aumentar o salário mínimo. Marina responde que irá preservar o poder de compra do salário mínimo, uma medida de austeridade no contexto econômico atual de inflação.

O jornal nota que em relação às discriminações salariais contra as mulheres e o porte de armas, Marina é a candidata que se sai melhor no enfrentamento contra Jair Bolsonaro, mesmo se a contradição é feita com referências à bíblia. Pessoalmente, Marina é contra o aborto, mas o fato de propor um plebiscito sobre a descriminalização, enquanto o PT proibiu esse debate durante os 13 anos em que esteve no poder, conta um ponto positivo para a candidata, na avaliação do Libération.

Num Brasil devastado pela corrupção, a líder da Rede quer encarnar a renovação e as boas práticas na política. Mas ainda falta convencer milhares de eleitores de esquerda que consideram Marina ambígua e demagógica, por recusar alianças com os partidos clientelistas e, ao mesmo tempo, dizer que irá falar com as pessoas de bem que, segundo ela, "existem em todos os partidos".

Imprensa econômica vê Bolsonaro fortalecido

O jornal Les Echos relata que a agressão a Bolsonaro criou uma reviravolta na campanha. O diário especializado em economia cita a opinião do editor-chefe da revista americana Americas Quarterly, Brian Winter. O jornalista americano, ex-correspondente da Reuters no Brasil, acredita na vitória do deputado ultradireitista. "Os investidores já estão se acostumando com a ideia que, se eleito, Bolsonaro e Paulo Guedes, mentor do programa econômico do candidato, vão adotar medidas favoráveis aos empresários", disse Winter.

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