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Imprensa

Com Bolsonaro candidato, "Brasil sucumbe à tentação autoritária", diz Le Figaro

O jornal Le Figaro desta terça-feira (31) publica uma matéria sobre o candidato ultraconservador à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro. "O Brasil sucumbe à tentação autoritária" é manchete do texto assinado pelo correspondente do diário no Rio de Janeiro, Michel Leclercq.

O jornal Le Figaro publica uma matéria nesta terça-feira (31) sobre o candidato ultraconservador à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro.
O jornal Le Figaro publica uma matéria nesta terça-feira (31) sobre o candidato ultraconservador à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro. Fotomontagem RFI
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Na matéria, o jornalista escreve que Bolsonaro só atrai atenção na Câmara dos Deputados devido às suas provocações e escândalos."Seus alvos preferidos sempre foram as feministas, os homossexuais, os negros, os índios, os progressistas", diz o texto. No entanto, a encarnação do politicamente correto, sua defesa da lei e da ordem e a imagem que tenta passar de um homem íntegro seduzem um a cada cinco eleitores brasileiros, "exaustos da corrupção dos políticos, da violência das ruas e da interminável crise econômica", destaca Le Figaro.

Há dois meses e meio das eleições no Brasil, o candidato, que adora se comparar ao presidente americano, Donald Trump, está na liderança de todas as pesquisas de intenção de voto no primeiro turno, devido à impossibilidade quase certa que o ex-presidente Lula, preso desde abril, seja candidato reitera o jornal. "Mais de trinta anos depois que os militares entregaram o poder aos civis, essa é a primeira vez que um ex-militar tem uma chance, mesmo mínima, de se instalar no Palácio do Planalto (...). A popularidade crescente do deputado de extrema-direita, nostálgico da ditadura e que faz apologia à tortura, é sinal da possibilidade do retorno do exército à cena política do Brasil em razão da profunda crise que atravessa o maior país da América Latina", publica Le Figaro.

Tentativa de aliviar fama de ultraconservador

Na tentativa de conseguir mais votos, Bolsonaro tenta tornar sua imagem mais leve, depois de ter ficado famoso por declarações e atitudes polêmicas. Como quando declarou que a deputada da esquerda Maria do Rosário não merecia ser estuprada por, segundo ele, ser feia. Ou, quando ao votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, homenageou o coronel que torturou a ex-presidente, na época da ditadura militar. Ou ainda quando declarou que preferia se seu filho morresse do que fosse homossexual. Como se não bastasse, lembra o jornal, ele faz campanha contra a descriminalização do aborto, pelo direito ao porte de arma a todos e pela pena de morte.

A agenda ultraconservadora e populista de Bolsonaro tem o apoio de cerca de 20% dos eleitores no primeiro turno, mas também a rejeição de um a cada três brasileiros, destaca o diário. "Isolado politicamente, uma vitória no segundo turno é incerta", avalia o repórter ou "impossível" para muitos analistas políticos entrevistados para a matéria. No entanto, o renascimento da ideia de que o exército precisa tomar o poder é perigosa, reitera o Le Figaro, lembrando que, na América Latina, os brasileiros são aqueles que menos acreditam na democracia - cerca de 13% da população.

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