"Sem responsabilidade fiscal não existe responsabilidade social", diz Temer na ONU
O presidente Michel Temer abriu na manhã desta terça-feira (19) as discussões da Assembleia-Geral da ONU com um discurso genérico, centrado na valorização da instituição, agora comandada pelo português António Guterres, e na defesa do multilateralismo.
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Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova York
Em seu discurso, na linha do que pediu o presidente Donald Trump nesta segunda-feira (18), com quem jantou em Nova York, Temer criticou o governo venezuelano, afirmando não haver mais espaço para alternativas à democracia na América do Sul. Ele também condenou a nova onda de protecionismo econômico no globo, condenou os teste norte-coreanos e afirmou que o Brasil tem compromisso com o desenvolvimento sustentável e o combate à mudança ao clima.
Temer afirmou ainda que o Brasil está na vanguarda do movimento em direção a uma economia com baixas emissões de carbono e garantiu que o país seguirá empenhado na defesa do Acordo de Paris. Também defendeu seu governo em relação à Amazônia, afirmando que houve uma redução de 20% no desmatamento na área em relação ao ano passado.
“Seguiremos empenhados na defesa do acordo de Paris”, declarou. Ele ainda disse que o Brasil orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta. O presidente brasileiro também afirmou que em relação ao desmatamento o Brasil “retomou o bom caminho”
"Brasil supera crise sem precedentes"
Como esperado, o presidente também saiu em defesa das reformas estruturais que, segundo ele, irão resgatar o equilíbrio fiscal e a credibilidade da economia brasileira. Prometeu geração de empregos e, em um recado à oposição, disse que sem responsabilidade fiscal a responsabilidade social não passa de um discurso vazio. “Aprendemos e estamos aplicando na prática essa regra elementar”, declarou.
Segundo ele, o Brasil está superando uma crise econômica sem precedentes. “Estamos resgatando o equilíbrio fiscal e com ele a credibilidade”, disse. “Voltamos a gerar empregos e recobramos a capacidade do estado de levar adiante políticas sociais indispensáveis em um país como o nosso.
Nuclear e Coreia do Norte
Temer lembrou que a constituição brasileira veda a produção de energia nuclear para fins não-pacíficos. “Perduram na agenda de paz e segurança questões que suscitam apreensão”, disse Temer, citando os testes realizados pela Coreia do Norte, lembrando que o Brasil condena esses atos, que requerem uma “solução pacífica”.
O presidente brasileiro também reiterou a posição no país no conflito entre Israel e Palestina, dizendo que o país favorece a solução dos “dois estados” em fronteiras internacionalmente reconhecidas e acordadas. Para a Síria, o Brasil defende uma solução política, lembrou Temer em seu discurso, citando também a crise dos refugiados, e pedindo que seus dramas sejam ouvidos. No fim, ele pediu mais união às nações.
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