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Brasil/reforma

Senado brasileiro aprova reforma trabalhista

O Senado brasileiro aprovou na noite desta terça-feira (11), depois de uma sessão agitada, a reforma trabalhista promovida pelo governo do presidente Michel Temer. A lei, que visa reativar o emprego e recuperar a confiança dos mercados, foi aprovada por 50 votos contra 26 e uma abstenção, superando as previsões do governo.

Visado pela Justiça, o presidente Michel Temer conseguiu votar a reforma trabalhista
Visado pela Justiça, o presidente Michel Temer conseguiu votar a reforma trabalhista
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A nova legislação prioriza a negociação entre empresas e trabalhadores sobre a lei em questões como parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados, intervalo de almoço, plano de cargos e salários e banco de horas. Também prevê o fim da contribuição sindical obrigatória.

Pontos como FGTS, salário mínimo, 13º salário, seguro-desemprego, benefícios previdenciários, licença-maternidade e normas relativas à segurança e saúde do trabalhador não poderão entrar na negociação.

"Essa aprovação definitiva da proposta é uma vitória do Brasil na luta contra o desemprego e na construção de um país mais competitivo. Penso que aprovamos uma das reformas mais ambiciosas dos últimos 30 anos. Aliás, desde a Constituição de 88, e eu fui constituinte, o país aguardava uma nova legislação trabalhista", declarou Temer.

Segundo o presidente, a reforma vai preparar o mercado de trabalho do Brasil para "as demandas do presente e as exigências do futuro". "Fizemos tudo isso em pouco mais de um ano com diálogo, respeitando o contraditório, ouvindo os trabalhadores e empresários, e pensando num futuro com empregos para todos os brasileiros, com grandes oportunidades para nossos filhos e netos”, declarou. “Estamos trabalhando hoje para que o amanhã seja de prosperidade e riqueza".

Crise política abala o governo

Em meio à crise política que abala o governo, senadores da base aliada avaliam que a aprovação da reforma trabalhista é uma sinalização ao mercado de que o presidente ainda pode dar continuidade às reformas, como a da Previdência. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirma que a reforma vai "gerar empregos" em um país confrontado com a pior recessão de sua história, com 13,8 milhões de desempregados (13,3% da população ativa).

A nova legislação trabalhista faz parte de um arsenal de reformas macroeconômicas, junto ao teto estabelecido para o gasto público durante o prazo de vinte anos e a tentativa de reforma da previdência, o projeto que enfrenta a maior resistência.

Apesar do apoio dos mercados, a reforma era rejeitada por 58% da população, segundo recente pesquisa Datafolha. Os sindicatos tentaram barrar a medida com uma greve geral, em 29 de abril, e com jornadas de protestos para denunciar o "retrocesso" social.

(Com informações da AFP Brasil)

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