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Temer convoca Exército para conter caos em Brasília

Esplanada dos Ministérios virou praça de guerra: prédios foram depredados e manifestantes atearam fogo em objetos em frente ao Congresso Nacional. Presidente Michel Temer convocou as Forças Armadas para conter protestos. Manifestantes pedem saída de Temer.

Polícia usa spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e cacetetes
Polícia usa spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e cacetetes REUTERS/Paulo Whitaker
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Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília

Em pronunciamento nesta quarta-feira, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que a manifestação estava prevista como pacífica e “degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e na ameaça às pessoas”.

O ministro disse que o governo garantiu a saída dos servidores dos ministérios e que o presidente Temer decretou ação de garantia da Lei da Ordem, com o envio de tropas federais. O decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União prevê o uso das Forças Armadas até o dia 31 de maio.

Temer faz questão de ressaltar que é inaceitável a baderna, que é inaceitável o descontrole e ele não permitirá que atos como esse venham a turbar um processo que desenvolve de forma democrática e com respeito as instituições”, declarou o ministro da Defesa.

Vários ministérios tiveram vidros quebrados, pichações e até materiais retirados. Entre eles, o da Agricultura, Minas e Energia, Transportes, Planejamento, Fazenda, Turismo, Cultura. Três ministérios pegaram fogo. Os manifestantes também derrubaram e atearam fogo em banheiros químicos e outros materiais, o que formou um uma grande chama com fumaça preta em frente ao Congresso e ao Ministério da Saúde. Os bombeiros tentaram conter os focos de incêndio.

Mão dilacerada

Segundo a CUT, 200 mil pessoas foram para Esplanada, já o governo do Distrito Federal fala em 35 mil. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, quatro pessoas foram detidas pelos policiais, sendo três delas por porte de entorpecentes e porte de arma branca. Todos foram encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada. Um dos manifestantes teve a mão dilacerada ao tentar atingir um policial militar com um rojão, que explodiu. Ele foi socorrido por manifestantes. O Corpo de Bombeiros também faz atendimentos a feridos.

Populares tentaram invadir o perímetro de segurança restrito previsto no Protocolo Integrado Tático, mas foram contidos pela Polícia Militar, que usou a força. Os policias usaram spray de pimenta, gás lacrimogêneo, cassetetes e balas de borracha para conter manifestantes, que usaram pedras e pedaços de paus.

Os governos local e federal trabalham na segurança de forma integrada, com o envolvimento de 25 instituições. Eles monitoram em tempo real a Esplanada dos Ministérios por meio de imagens enviadas por câmeras. Helicópteros da polícia também fazem monitoramento. No local dos protestos também foram acionados o Batalhão de Choque e a cavalaria.

Uma faixa gigante “Fora Temer” foi esticada no meio do gramado da Esplanada. Os manifestantes também levaram bandeiras e balões de centrais sindicais.

Protesto também dentro do Congresso

Na Câmara dos Deputados também houve muito protesto de parlamentares da oposição. Eles gritaram “Fora Temer” e “Diretas Já”. Houve ainda mais confusão e bate-boca no plenário da Câmara depois que a oposição soube do envio de tropas federais.

A sessão do plenário foi suspensa e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, convidou os líderes dos partidos para uma reunião no seu gabinete para esclarecer sobre o pedido que fez ao governo federal para intervenção da Força Nacional nas proximidades do Congresso.

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