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Lava Jato: PF emite mandado de prisão contra Eike Batista, que está no exterior

A Polícia tentou cumprir nesta quinta-feira (26) no Rio de Janeiro um mandado de prisão contra o empresário Eike Batista, por suspeita de corrupção, em um desdobramento da Lava Jato. No entanto, o ex-homem mais rico do Brasil está fora do país.

Eike Batista faz o legendário "X" com as mãos em maio de 2013 durante o anúncio da venda de parte de um dos campos de exploração de óleo na costa do Brasil para uma petroleira da Malásia.
Eike Batista faz o legendário "X" com as mãos em maio de 2013 durante o anúncio da venda de parte de um dos campos de exploração de óleo na costa do Brasil para uma petroleira da Malásia. Youtube/AFP
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O site G1 publicou que, segundo primeiras informações, Batista teria embarcado para Nova York na terça-feira (24). A Polícia Federal indicou que já está em contato com a Interpol para localizar o empresário.

A Operação Eficiência é um desdobramento da Lava Jato, que investiga o pagamento de propinas por grandes empresas a partidos políticos para conseguir contratos. O Ministério Público emitiu nove mandados de prisão, seis deles contra pessoas que já estão detidas por causas relacionadas, tais como o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (2007-2014) e dois de seus assistentes.

Entre as pessoas cujo mandado de prisão foi cumprido está Flávio Godinho, braço-direito de Eike na empresa EBX, hoje vice-presidente de futebol do Flamengo.

O caso está relacionado ao esquema de lavagem de dinheiro usado por Sérgio Cabral e demais investigados em obras públicas no Rio de Janeiro no valor de R$ 340 milhões remetidos para o exterior. Os suspeitos também devem responder às acusações de corrupção ativa ou passiva e de pertencer a uma organização criminosa.

Esquema de corrupção "sofisticado e reiterado"

Segundo o Ministério Público, Eike Batista é suspeito de ter pagado propinas no valor de US$ 16,5 milhões  em 2010 a Sérgio Cabral, por uma operação que nunca existiu de compra e venda de uma mina de ouro. Esse valor foi depositado em uma conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá, para a empresa Arcadia Asociados, que "recebeu os valores ilícitos em uma conta no Uruguai, em nome de terceiros, mas à disposição de Sérgio Cabral", segundo o informe das autoridades.

O advogado do empresário dos setores da mineração e petróleo indicou que seu cliente se encontrava em uma viagem ao exterior, mas que retornaria ao país para se entregar à Polícia Federal. "Estamos em contato com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal e sua intenção é a de cooperar com esses órgãos, como sempre o fez, e retornar o mais rápido possível" ao Brasil, declarou o advogado Fernando Martins.

"De maneira sofisticada e reiterada, Eike Batista utiliza a simulação de negócios jurídicos para o pagamento e posterior ocultação de valores ilícitos, o que comprova a necessidade de sua prisão para a garantia da ordem pública", ressalta os nove procuradores responsáveis pela operação.

Apogeu e queda de Eike

Eike Batista, de 60 anos, chegou a ser o homem mais rico do Brasil e o sétimo do mundo na lista das grandes fortunas da revista Forbes em 2012, mas seus projetos ruíram a partir da quebra de sua empresa OGX, em 2013.

Em 2011, o empresário tinha uma fortuna estimada em US 30 bilhões, que no período de um ano e meio caiu para US$ 1 bilhão.

O empresário, que construiu um enorme patrimônio graças a seus negócios na mineração e petróleo, responde a várias ações na Justiça, que o acusa de ter manipulado o mercado mediante o uso indevido de informações privilegiadas para vender ações da OGX.

Esta semana, a Grande Corte de Justiça das Ilhas Cayman bloqueou os bens no valor de US$ 63 milhões de Eike, a pedido de fundos que investiram em seus negócios de exploração de petróleo.

Dezenas de empresários e políticos já foram presos

A Operação Lava Jato já levou à prisão dezenas de empresários e políticos de quase todos os partidos brasileiros. Um número que poderia aumentar consideravelmente se o Supremo Tribunal validar as "delações premiadas" de 77 ex-executivos da construtora Odebrecht, uma das principais envolvidas no escândalo de licitações fraudulentas na Petrobras.

O processo devia ser concluído em fevereiro, mas sofrerá atrasos devido à morte, na semana passada, do juiz responsável, Teori Zavascki, na queda de um avião na costa do Rio de Janeiro.

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