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Brasil/Economia

Economia do Brasil só fica atrás da Venezuela, afirma Cepal

O Brasil encerra 2016 com uma contração econômica de 3,6%, de acordo com a Cepal. Comparado com os vizinhos da América Latina, os resultados brasileiros ficam atrás apenas da Venezuela. O alto índice de desemprego no Brasil também contribui para os péssimos números registrados na região. 

Contração da economia brasileira é uma das mais importantes na América Latina
Contração da economia brasileira é uma das mais importantes na América Latina Marcos Santos/USP Imagens
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Segundo o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), apresentado nesta quarta-feira (14) em sua sede em Santiago, “a América Latina finalizará 2016 com uma contração média de 1,1%, e a América do Sul será a sub-região mais afetada, com uma queda de 2,4%, enquanto o Caribe se contrairá 1,7%, e a América Central terá um crescimento positivo de 3,6%". De acordo com a organização, a queda dos preços das matérias-primas é uma das principais responsáveis pelos resultados negativos na América Latina.

Dos dez países sul-americanos, quatro terminam o ano no vermelho. Venezuela apresenta uma contração de 9,7%, seguida de Brasil, Argentina (-2%) e Equador (-2%), afetados por uma forte queda do investimento e do consumo, indicou a Cepal. Já Bolívia e Paraguai vão liderar o crescimento sul-americano com 4%, seguidos por Peru (3,9%), Colômbia (2%), Chile (1,6%) e Uruguai (0,6%).

Em contrapartida, a América Central vai registrar um crescimento de 3,6%, menor do que os 4,7% de 2015. O México crescerá 2%, graças à exportação de hidrocarbonetos. Já a República Dominicana vai liderar as economias da América Central, com 6,4%, seguida por Panamá (5,2%), Nicarágua (4,8%) e Costa Rica (4,1%).

Desemprego em alta

As más notícias continuam com os números do desemprego, que subiu de 6,6% para 8,1% em 2016 na América Latina e Caribe. Esse é o nível mais alto desde a última crise financeira internacional de 2008-2009, anunciou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta quarta-feira (14).

O desemprego aumentou em 13 dos 19 países da região, principalmente no Brasil, passando de 8,4% para 11,3%; e no Equador, de 4,2% para 5,4%.

Essas cifras do bloco superam, inclusive, os 7,3% de 2009, registrados durante a "crise dos subprime", sendo a maior dos últimos dez anos, desde quando essas medições estão disponíveis. Este número de 2016 significa que existem 25 milhões de desempregados na região, cerca de 5 milhões a mais do que no ano anterior, segundo o relatório. Desse grupo, 2,3 milhões são mulheres. "Em dois anos, retrocedeu-se parte dos avanços trabalhistas na última década", adverte o documento.

Ligeira recuperação em 2017

A Cepal espera uma "tênue" recuperação de 1,3% nas economias latino-americanas, em 2017, deixando para trás dois anos consecutivos de contração, graças a uma "melhora nos preços das matérias-primas". "Estamos em um ponto de inflexão. A América Latina e o Caribe voltarão a crescer, mas de maneira moderada e sem motores claros que a impulsionem", afirmou a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, em entrevista coletiva.

A recuperação da América Latina "será frágil, enquanto durarem as incertezas do contexto econômico, em particular as tendências protecionistas recentemente observadas". Um dos fatores preocupantes são os anúncios do presidente eleito americano, Donald Trump, de que poderia mudar o rumo das economias da região, sobretudo no caso do México.

"Há um risco de ir para o protecionismo. Há um risco de mais nacionalismo, mas não sabemos no que vai se traduzir. Os Estados Unidos são um vizinho muito importante", explicou Bárcena.

(Com informações da AFP)

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