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Imprensa

A economia brasileira ainda está "convalescente", diz Les Echos

O jornal Les Echos que chegou às bancas na manhã desta segunda-feira (21) traz uma matéria de seu correspondente em São Paulo, Thierry Ogier, sobre a economia brasileira, que o jornalista classifica de "convalescente". O repórter destaca que, seis meses após Michel Temer assumir a presidência, uma fraca recuperação está prevista para 2017 e a queda do Produto Interno Bruto neste ano será em torno dos 3%.

Matéria publicada nesta segunda-feira (21) no jornal Les Echos.
Matéria publicada nesta segunda-feira (21) no jornal Les Echos. Les Echos.fr
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"A recessão faz estragos no Brasil", avalia o correspondente do Les Echos. "O poder aquisitivo caiu 10% em apenas dois anos. O número de passageiros nos voos domésticos caiu 18%", exemplifica.

Les Echos escreve que muitos brasileiros tiveram que cortar despesas consideradas essenciais como, por exemplo, nos planos de saúde. Thierry Ogier entrevistou um arquiteto de 54 anos que teve que cancelar seu plano de saúde particular e agora depende do Sistema Único de Saúde (SUS). O arquiteto conta que viu o preço de seu plano aumentar de R$ 200 para R$ 500 em um período de dois ou três anos, devido à alta inflação no Brasil. A mesma decisão de utilizar apenas o SUS, descartando de vez os planos de saúde particulares, foi tomada por cerca de 2 milhões de brasileiros nos últimos tempos, ressalta o jornal.

Para tentar colocar a economia brasileira nos trilhos, diz Les Echos, o atual presidente Michel Temer tem uma fórmula "amarga". Primeiro, aprovar a PEC 241, medida polêmica, alvo de protestos em todo o país. A "PEC do Teto", já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e deve ser votada pelo Senado ainda neste mês. Mais polêmica e dura, será a reforma das aposentadorias, que o governo deve anunciar brevemente, prevê Les Echos.

Investidores estrangeiros estão otimistas

Os investidores estrangeiros, no entanto, demonstram otimismo com a nova política econômica de Temer, sobretudo diante da leve valorização do real em relação ao dólar. Os indicadores econômicos ensaiaram uma pequena melhora com a destituição de Dilma Rousseff em agosto, que serviu de estímulo para muitas empresas internacionais que querem se instalar no Brasil.

O escândalo da Petrobras também contribuiu com essa melhora no cenário, já que grandes conglomerados envolvidos nas irregularidades colocaram suas ações à venda, na busca por liquidez. É o caso da Odebrecht, que se prepara para transferir o controle de um grande terminal de contêineres à empresa Dubai Ports World. Les Echos destaca ainda que quatro das cinco maiores transações registradas no terceiro trimestre deste ano no Brasil foram realizadas por investidores estrangeiros.

Mas, nem tudo são flores e, a curto prazo, "a recuperação está longe de ser espetacular", ressalta o jornal. A atividade econômica caiu 0,8% no último trimestre e a perspectiva de crescimento para 2017 passou de 1,6% para 1%, segundo o próprio ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Quanto ao poder aquisitivo dos brasileiros, o aumento não deve passar de 1% no próximo ano.

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