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Marrocos/COP 22

Com EUA e China, Brasil lança coalizão para produção de biocombustíveis

O Brasil lançou nesta quarta-feira (16) na COP 22 a Plataforma para o Biofuturo, uma coalizão composta por vinte países que querem acelerar o desenvolvimento de biocombustíveis e biomateriais avançados como uma alternativa aos combustíveis fósseis. O objetivo dessa Plataforma é oferecer alternativas de baixo carbono principalmente para o setor de transportes, produtos químicos e plásticos.

O Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, abriu nesta quarta-feira (16/11), na Conferência do Clima (COP-22) em Marrakech, o side-event de lançamento do Plataforma para o Biofuturo.
O Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, abriu nesta quarta-feira (16/11), na Conferência do Clima (COP-22) em Marrakech, o side-event de lançamento do Plataforma para o Biofuturo. Gilberto Soares
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Da enviada especial a Marrakech

O setor de transportes é responsável por cerca de 23% das emissões de gases de efeito estufa. Segundo pesquisas, combustíveis sustentáveis produzidos a partir de resíduos da agricultura e da indústria química reduzem em até 90% as emissões de CO2, quando comparados com a gasolina. Os países parceiros na iniciativa vão aproveitar a experiência tecnológica acumulada com a produção de etanol, a partir de diferentes tipos de cereais, para afinar combustíveis de segunda geração.

Um dos projetos em desenvolvimento no Brasil nessa área é o do etanol celulósico, obtido por meio do aproveitamento da biomassa da cana-de-açúcar. Antes, o bagaço era desperdiçado, mas agora passa a ser a base de um novo produto sustentável. Existem muitos projetos para produção de carburantes à base de sementes e até de tabaco energético. 

A lista de países que aderiram à iniciativa brasileira conta com as duas maiores economias do mundo, China e Estados Unidos, além de Argentina, Canadá, Dinamarca, Egito, Filipinas, Finlândia, França, Holanda, Índia, Indonésia, Itália, Marrocos, Moçambique, Paraguai, Reino Unido, Suécia e Uruguai.

Organizações e mecanismos internacionais como a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), a agência da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) apoiam o projeto. A Plataforma também vai envolver entidades e empresas do setor privado nacional e internacional.

Biocombustíveis não competem mais com alimentos

O evento de lançamento da Plataforma para o Biofuturo aconteceu no pavilhão do Marrocos, anfitrião da conferência e integrante da coalizão. A apresentação foi feita pelos ministros brasileiros José Sarney Filho, do Meio Ambiente, e Blairo Maggi, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Sarney Filho disse que “diante da urgência de lutar contra as mudanças climáticas, não se deve ignorar o potencial subestimado da bioenergia”. Maggi enfatizou que a produção de combustíveis sustentáveis não compete com a de alimentos, o que já foi questionado no passado. “Podemos produzir etanol a partir de outros cereais sem competir com os alimentos”, explicou o ministro à plateia de cem pessoas que acompanhou o lançamento.

Em seguida, o principal negociador americano para mudanças climáticas e diretor do Departamento de Energia, Jonathan Pershing, disse que a Plataforma irá ajudar os Estados Unidos a cumprir o compromisso de reduzir em 80% as emissões de gases de efeito estufa no horizonte de 2050. “A bioeconomia verde sustentável será e deve ser a próxima onda da economia global e a base do bem-estar do futuro, acrescentou o ministro de Meio Ambiente e Agricultura da Finlândia, Kimmo Tiilikainen.

José Graziano da Silva, da FAO, afirmou que a ONU e seus parceiros trabalham para ajudar países a superar o dualismo “alimentos versus combustíveis” para o conceito inclusivo de “alimentos e combustíveis”.

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