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Libération analisa derrota do PT nas eleições municipais

A derrota do PT na eleição municipal de São Paulo foi analisada pelo jornal francês Libération desta terça-feira. “O herdeiro político de Lula caiu em desgraça” é o título da reportagem sobre o fracasso de Fernando Haddad em seu projeto de reeleição.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto com Fernando Haddad, no Instituto Lula.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto com Fernando Haddad, no Instituto Lula. Ricardo Stuckert
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Apesar de visionário e bom em vários aspectos, Haddad foi vencido no primeiro turno pelo candidato João Dória, do PSDB. A capital econômica do Brasil nunca gostou do Partido dos Trabalhadores, disse Haddad, mas a rejeição "se tornou ainda maior", constatou o agora ex-prefeito. São Paulo, lembra Libération, foi o epicentro da campanha pela destituição da presidente Dilma Rousseff e, no domingo, o voto sanção contra o PT se espalhou pelo país, incluindo a periferia industrial da capital paulista, tradicional reduto petista.

Fernando Haddad poderia ter deixado o partido, mas preferiu ficar sem, no entanto, criticar o sistema político que precisa de uma reforma. Em São Paulo a eleição local tinha dimensão nacional e seria um teste para avaliar o status de futuro presidenciável de Haddad, apresentado como a imagem de renovação do PT.

Libération lembra que o prefeito de 53 anos, filho de imigrantes libaneses, foi ministro da Educação durante o governo Lula e responsável pela política de democratização do ensino superior no país. Descrito pelo urbanista Guilherme Wilnik como o "maior prefeito progressista durante décadas", Haddad rompe com o modelo antigo de político vinculado a grandes obras.

O jornal francês lembra que, durante sua gestão, os moradores da megalópole voltaram a se apropriar das ruas, com as várias avenidas de São Paulo fechadas para passeios em uma cidade onde o lazer é passear em shopping centers fechados e protegidos.

Os motoristas o fulminaram por causa das faixas exclusivas para ônibus e os 300 km de ciclovias, diz a reportagem. Mas foram as periferias o "calcanhar de Aquiles" de Haddad, pois ele foi acusado de promover uma política elitista em uma das cidades mais desiguais do mundo. O novo plano diretor da cidade tinha previsto mais alojamentos sociais, mas as construções não aconteceram.

O ex-prefeito afirmou ter concentrado 80% dos investimentos nos bairros pobres mas, com o caixa da prefeitura vazio por causa da crise econômica, as pessoas ficaram frustradas, disse Haddad, citado pelo jornal no final da reportagem.

França quer criar até 250 mil empregos com os Jogos Olímpicos de 2024

O apoio de empresas privadas à candidatura de Paris para organização dos Jogos de 2024 é o tema em destaque do diário econômico Les Echos. A capital francesa tem uma dura batalha contra Los Angeles e Budapeste, mas já projeta seu futuro levando em conta os Jogos e a capacidade do evento de criar entre 100 mil e 250 mil empregos, caso Paris saia vitoriosa na disputa.

Há um ano da decisão do Comitê Olímpico Internacional, a "cidade luz" corre contra o relógio para fechar o orçamento de sua candidatura, avaliada em 60 milhões de euros, segundo o jornal. A visita do presidente do COI no final de semana e os elogios deram mais ânimo diante da avaliação de que o projeto contempla as maiores preocupações da entidade: a sustentabilidade, engajamento social e o lugar central dos atletas no evento.

Muitas grandes empresas, como a rede hoteleira e de transporte já se envolvem plenamente com o plano, mas a prefeitura quer dar espaço também para as pequenas e médias empresas aproveitando a oportunidade de negócios geradas com o maior evento esportivo do planeta.

Para isso, será preciso preparar milhares de trabalhadores para atuarem nos diversos setores. Em entrevista ao Les Echos, o responsável do departamento de Esportes da prefeitura afirma que a organização vai respeitar as regras de concorrência, mas a intenção é facilitar o acesso das pequenas e médias empresas aos diversos mercados, citando como o exemplo o da acessibilidade para os portadores de deficiências.

Assalto de Kim Kardashian em Paris

Aujourd'hui en France traz em sua reportagem de capa o assalto espetacular realizado no centro de Paris visando a estrela americana da tevê e das redes sociais , Kim Kardashian. Vítima de uma agressão em uma mansão onde estava hospedada, Kardashian foi amarrada e teve joias, dinheiro e objetos roubados de um valor estimado em até € 9 milhões. Os ladrões estavam muito bem informados por, supostamente, alguém próximo de Kardashian, sugere o jornal.

Aumenta número de jovens francesas nas Forças Armadas

Le Figaro traz em sua manchete uma reportagem sobre o aumento do número de franceses que decidiram entrar nas Forças Armadas depois dos atentados de 2015. O jornal estima que a nova geração de jovens acredita que existem soluções enquanto os mais velhos ainda parecem assustados com a descoberta do terrorismo. O espírito desses reservistas é de contribuir com a segurança da França, dentro ou fora do país, afirma Le Figaro.

Libération investigou o trabalho dos policiais e procuradores da justiça antiterrorista na França e concluiu que a avalanche de processos nos últimos anos está levando os profissionais da luta contra o terrorismo a um desgaste extremo. Investigações dos jovens que partiram para a Síria, vigilância permanente dos grupos que supostamente preparam atentados contra a França e até investigações dos ataques já realizados. Os diversos serviços do Estado já não dão conta de tanto trabalho, constata Libération.
 

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