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Brasil

Le Figaro: Palocci é preso em investigação da qual Lula também é alvo

Os sites dos principais jornais europeus já começam a repercutir a prisão de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e homem-chave dos governos de Luiz Inacio Lula da Silva e Dilma Rousseff. A detenção de Palocci aconteceu na manhã desta segunda-feira, dentro da 35a fase da Operação Lava Jato, que investiga a rede de corrupção na Petrobras.

Antonio Palocci é descrito pela imprensa francesa como "uma das personalidades mais influentes do PT".
Antonio Palocci é descrito pela imprensa francesa como "uma das personalidades mais influentes do PT". wikipédia
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No site do jornal francês Le Figaro, Palocci é descrito como "uma das personalidades mais influentes do Partido dos Trabalhadores". O diário também lembra que o ex-ministro foi preso como parte da investigação da qual Lula também é alvo, por corrupção e lavagem de dinheiro. "Em detenção temporária, ele é suspeito de tráfico de influência dentro de uma rede de corrupção que relaciona a empresa petroleira à empreiteira Odebrecht", escreve Le Figaro.

Palocci foi detido em São Paulo sob suspeita de que estaria vinculado a subornos pagos pela construtora Odebrecht, uma das principais envolvidas na Operação Lava Jato, para ganhar licitações governamentais da petrolífera estatal.

A Polícia Federal informou que investiga negociações entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro para tentar aprovar um projeto de lei que buscaria imensas vantagens fiscais, assim como o "aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal".

Delação do ex-diretor da Petrobras

O site português Diário de Negócios publica que as suspeitas sobre Palocci na Lava Jato surgiram após a delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que está preso. Segundo ele, o ex-ministro lhe pediu que transferisse R$ 2 milhões de reais da empresa para a campanha presidencial da ex-presidente Dilma Rousseff.

Após as investigações, complementa o site português, "a Polícia Federal concluiu que há indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro e a Odebrecht, que fazia contratos superfaturados com a Petrobras para permitir encobrir o dinheiro repassado para o Partido dos Trabalhadores."

Segunda detenção de um ex-ministro da Fazenda

O site da revista Le Point lembra que, depois da prisão, na semana passada, de Guido Mantega, essa é a segunda detenção de um ex-ministro da Fazenda no âmbito da Lava Jato. Le Point também lembra que "Lula é visado por três investigações no escândalo da Petrobras, que já custou mais de US$ 2 bilhões de dólares à companhia brasileira e beneficiou dezenas de responsáveis políticos de diversos partidos, além de empresários e altos dirigentes".

Já o site do jornal El Pais fala que Palocci foi um dos coordenadores da campanha que levou Lula à presidência. O líder petista foi quem o nomeou para o ministério da Fazenda em 2006 mas, três anos depois, escreve El Pais, Palocci "foi obrigado a renunciar em meio a um sonoro escândalo de corrupção". O jornal reitera que o ex-ministro voltou ao poder em 2011, como ministro da Casa Civil, no governo Dilma, mas "teve que se demitir mais uma vez, enfraquecido por novas suspeitas de corrupção".

El Pais também diz que a operação Lava Jato está concentrada nesta segunda-feira em São Paulo, mas investigações também estão sendo realizadas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. "Essa nova fase da investigação ocorre a seis dias das eleições municipais, que serão realizadas no próximo domingo, "as primeiras depois da destituição de Dilma Rousseff e da chegada à presidência de Michel Temer", conclui El Pais.

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