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Brasil/Cultura

Wagner Moura ganha perfil no jornal francês Libération

O ator brasileiro está em turnê na Europa para divulgar a segunda temporada da série “Narcos”, que será transmitida pela Netflix nesta sexta-feira (2). Em entrevista ao Libé, ele afirma que o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff é “antidemocrático.”

Perfil do ator brasileiro Wagner Moura no jonal Libération.
Perfil do ator brasileiro Wagner Moura no jonal Libération. Reprodução Liberation
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O jornal francês cita a série como uma superprodução e destaca o esforço de Wagner Moura para viver Pablo Escobar. “Escolher Moura para encarnar o traficante mais conhecido do mundo para uma série que se pretende realista não fazia muito sentido. Um brasileiro esbelto que não fala espanhol? Mais fácil imaginar Jean Dujardin interpretando Winston Churchill em uma série da BBC”, brinca o jornal, em referência ao ator francês vencedor do Oscar, que não fala inglês.

O Libération narra o trabalho de Moura para viver o personagem. Antes mesmo de ser confirmado para o papel, o ator deixou sua terra natal, Salvador, para passar alguns meses em Medelín, aprender o espanhol e ganhar cerca de 20 quilos. “Tive vergonha no início das filmagens, porque encontrei alguns dos melhores atores da Colômbia, do México, do Chile e da Argentina, e nunca tinha ouvido falar deles”, declarou ao jornal francês, que o cita como uma “superstar” no Brasil.

Na entrevista, Wagner Moura afirma que o Brasil é isolado culturalmente, por conta da língua portuguesa, e que, filmando “Narcos”, ele se sentiu pela primeira vez latino-americano.

Impeachment é antidemocrático

O jornal também faz uma breve biografia do ator e conta como ele começou a carreira, por acaso. Filho de militar, ele viveu no Rio, mas acabou voltando para a capital baiana, onde se increveu em um curso de teatro. “O que eu eu me tornei, devo a essa cidade, e às suas influências africanas”, disse. O Libération também cita o filme que o tornou famoso, Tropa de Elite (2007), onde Moura interpreta o inesquecível Capitão Nascimento, do Bope.

O filme ganhou o Urso de Ouro na Berlinale e consagrou Moura. O que não o impediu de voltar para as novelas, o que fez sem complexo. “Como o futebol, esses programas fazem parte da nossa cultura, a gente gostando deles ou não”.

O jornal francês também destaca o posicionamento político de Moura, militante de esquerda, contrário ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. "As forças conservadoras deixaram seus esconderijos e grupos financeiros, da mídia, e velhos políticos se uniram para afastar Dilma”, afirmou ao Libé. Ele não apoia a presidente afastada, que considera "incompetente" segundo o jornal, mas reconhece sua ação ao lado de Lula para diminuir a pobreza. Wagner Moura considera, sobretudo, seu processo de destituição antidemocrático.

Ah, e a série? “Minhas pesquisas para a série me levaram a defender a legalização das drogas. A dependência é um problema grave, que deve ser tratado como uma questão médica, e não criminal.”
 

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