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Samarco/Mariana

BHP Billiton registra prejuízo recorde, após tragédia de Mariana

A mineradora anglo-australiana BHP Billiton, controladora da Samarco junto com a Vale, divulgou nesta terça-feira (16) a maior perda financeira da história da companhia. Os prejuízos são associados à queda dos preços das matérias-primas e à repercussão da ruptura da barragem do Fundão de Mariana, administrada pela Samarco, em novembro de 2015.

Bento Rodrigues, Município de Mariana, Minas Gerais, alguns dias após rompimento da barragem da Mineradora Samarco 19/11/15
Bento Rodrigues, Município de Mariana, Minas Gerais, alguns dias após rompimento da barragem da Mineradora Samarco 19/11/15 Rogério Alves/TV Senado
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O prejuízo registrado pela Billiton em 2015 chegou a US$ 6,39 bilhões. No exercício anterior, a companhia obteve um lucro líquido de US$ 1,91 bilhão. Em comunicado, o diretor-geral do grupo, Andrew Mackenzie, afirma que os 12 últimos meses foram muito duros para a indústria de minério, mas ele acredita na capacidade de resiliência do setor.

No Brasil, a Samarco, controlada em partes iguais pela BHP Billiton Brasil Ltda. e pela Vale S.A, ainda vai absorver em seus balanços multas ambientais de um total de R£ 430 milhões. A empresa ainda deve aplicar R$ 4,4 bilhões, até 2018, no fundo criado, em março desde ano, para a recuperação da bacia do rio Doce. Após essa data, a mineradora deve fazer aportes anuais de R$ 1,8 bilhão. O fundo de um total de R$ 20 bilhões, negociado entre a Samarco, a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, visa recuperar a bacia do rio em 15 anos.

Logo após a tragédia, as ações da australiana BHP, uma das maiores mineiradoras do mundo, já haviam caído 3,6% na Bolsa de Sydney, registrando a cotação mais baixa em dez anos, e anunciando as dificuldades futuras.

Maior desastre socioambiental da história brasileira

O acidente ocorrido em 5 de novembro do ano passado deixou 19 mortos. Ele é considerado o maior desastre socioambiental da história brasileira e o maior do mundo, envolvendo barragens de rejeitos.

Além até das mortes e da destruição do vilarejo de Bento Gonçalves, soterrado pela lama, 40 bilhões de litros de rejeitos tóxicos atingiram a bacia do Rio Doce, até o oceano Atlântico, matando peixes e plantas. Especialistas acreditam que a natureza vai levar décadas para se recuperar e questionam o modelo econômico extrativista do setor de mineração.
 

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