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Paulo César Caju recebe de Hollande Legião de Honra da França

Ex-jogador e ex-ídolo de futebol no Brasil e na França Paulo César Caju recebeu nesta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro, das mãos do presidente François Hollande a medalha de cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra da França, uma das maiores distinções do país.

Presidente François Hollande discursa durante cerimônia no Rio de Janeiro ao lado de Paulo César Caju.
Presidente François Hollande discursa durante cerimônia no Rio de Janeiro ao lado de Paulo César Caju. Foto: RFI Brasil
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O presidente francês é um dos chefes de Estado que participarão da cerimônia de abertura dos Jogos e aproveita a passagem no Rio para promover a candidatura de Paris para sediar as Olimpíadas de 2024. Mas o primeiro compromisso oficial de Hollande foi entregar a honrosa distinção a um dos jogadores que marcaram a história do futebol dos dois países.

Em seu discurso, Hollande lembrou da infância pobre de Caju, que nasceu em uma das favelas do Rio e aprendeu a jogar futebol com uma bola enchida com papéis. “Só por isso essa homenagem já seria merecida”, disse Hollande que também demonstrou conhecer a carreira do jogador.

Ele citou a participação de Caju especialmente na Copa de 1970, quando o Brasil faturou o tricampeonato. Os ex-companheiros de equipe Carlos Alberto Parreira e Jairzinho prestigiaram a cerimônia e foram citados no discurso, que teve momentos de muita descontração.

Ao recordar que Paulo César Caju jogou em Marselha nos anos 1970 e foi um dos primeiros jogadores brasileiros a atuar no futebol francês, Hollande arrancou risos ao comentar uma das cenas pitorescas da passagem pela cidade balneária francesa. “Você gostava tanto do Brasil que conseguia escapar de Marselha, passando por Paris, para pular o carnaval no Rio e voltar para jogar no domingo em Marselha. Só mesmo um carioca e um marselhês para conseguir fazer isso”, brincou Hollande.

Paulo César Caju se emocionou durante seu discurso.
Paulo César Caju se emocionou durante seu discurso. Foto: RFI Brasil

Conhecido fã de futebol, o presidente francês lembrou da carreira do ex-craque que, depois de atuar pelo Olympique de Marselha entre 1974 e 1975, voltou ao Brasil, onde jogou pelo Fluminense e Grêmio. Paulo César Caju ainda voltou para encerrar sua carreira na França em um clube da segunda divisão de Aix-en-Provence. “Ele usou sua reputação e talento para outras atividades fora do futebol”, disse Hollande, comentando o engajamento do ex-jogador na luta contra as drogas e o racismo.

“Aproveito os Jogos Olímpicos aqui no Rio de Janeiro, que serão um sucesso e foram muito bem organizados, para recompensar um homem que muito deu ao esporte, à cidadania, a seu país e à França”, completou. O presidente também anunciou que Caju será um embaixador da candidatura dos Jogos de Paris.

Emoção ao lembrar do passado

Depois de receber a condecoração, Caju, de 76 anos, chegou a se emocionar no seu discurso, ao recordar que, depois de se desencantar e se afastar do futebol durante 15 anos, teve de superar problemas com álcool e drogas.

“Sou o primeiro brasileiro a jogar no futebol francês e morei intercaladamente durante 12 anos no país. Contribuí para essa forte ligação entre Rio e Paris”, disse Caju à Rádio França Internacional.

“Nunca esperava que um dia iria ganhar essa homenagem. Tudo isso é devido ao meu comportamento, meus altos e baixos, meu talento, personalidade, ser contra o racismo, minha ética e minha postura. Isso (a medalha) tem agora uma importância enorme para mim”, destacou.

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