Jornal francês cita problemas de Temer com justiça eleitoral

O jornal Le Monde que chegou às bancas nesta sexta-feira (13), traz uma página inteira sobre a guinada política que acontece no Brasil, esmiuçando para o público francês o imbróglio da crise nacional e relatando os percalços judiciários de Michel Temer.

Michel Temer, Brasilia, 12 de maio de 2016. REUTERS/Paulo Whitaker

“Após 13 anos de um governo dirigido pelo PT, que ajudou a tirar milhões de brasileiros da miséria, essa era parece estar próxima do fim”, escreve a enviada especial Claire Gatinois. Ela cita a opinião de cientistas políticos, que são taxativos a respeito do destino de Dilma Rousseff. Para  Antonio Carvalho Teixeira, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), por exemplo, trata-se de “saída definitiva”.

O sexismo sofrido pela presidente é comentado pela deputada Benedita da Silva (PT): “Ela nunca teria sido tratada assim se fosse um homem”. A petista reclama que Dilma foi vítima de preconceito por ser a primeira mulher presidente do país, sistematicamente acusada de incompetência e estigmatizada pela grande imprensa por supostos ataques de raiva. Aliás, o ministério composto apenas por homens brancos também provocou reações de toda a imprensa francesa.

Futuro incerto, diz jornal francês

A seguir, o artigo do Monde diz que Temer aposta num governo de união nacional, lembrando que ele anunciou cortes orçamentários para restaurar a credibilidade do país e “tranquilizar os mercados”. Mas a reportagem do jornal francês afirma que o futuro do Brasil é preocupante. “Temer é um puro produto político, desconhecido da maioria, que não gera entusiasmo”.

“Não é um homem popular”, diz o Monde, “com menos de 3% de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2018”, de acordo com uma pesquisa do Ibope, que também diz que apenas 8% dos entrevistados acreditam que Temer será capaz de resolver a crise no Brasil. Além disso, ele próprio é suscetível de ser impedido, condenado em maio pelo Tribunal Superior Eleitoral de São Paulo por irregularidades em gastos de campanha em 2014.